O Tribunal Constitucional da Roménia ordenou, esta quinta-feira, uma recontagem dos votos da primeira volta das eleições presidenciais, realizadas no domingo, após a vitória surpresa de um candidato pró-Rússia de extrema-direita e a eliminação do primeiro-ministro.
O tribunal, convocado por um pedido de anulação da votação por parte de um dos candidatos, "ordenou por unanimidade a verificação e recontagem de todos os boletins de voto", de acordo com um comunicado divulgado esta quinta-feira.
O Tribunal Constitucional deverá reunir-se novamente na sexta-feira. Cristian Terhes, eurodeputado de extrema-direita que ficou em nono lugar na votação de domingo, acusa um dos partidos de ter continuado a fazer campanha 'online' após o prazo autorizado.
Terhes acredita que isso pode ter favorecido Elena Lasconi, autarca centrista de uma pequena cidade, que ficou em segundo lugar, logo à frente do primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, que se viu excluído da corrida apesar de ser o favorito nas sondagens
O Tribunal Constitucional rejeitou um outro recurso, recebido "tardiamente", que denunciava o financiamento pouco transparente da campanha de Calin Georgescu, que inesperadamente ficou em primeiro lugar na primeira volta das eleições.
Este antigo alto funcionário romeno - admirador do Presidente russo, Vladimir Putin, e contrário à ajuda à Ucrânia na resistência à invasão comandada por Moscovo - fez uma intensiva campanha na rede social TikTok, o que suscitou a curiosidade das autoridades romenas.
Georgecu venceu com 22% dos votos
Estes resultados causaram uma onda de choque no país da Europa de Leste de 19 milhões de habitantes, vizinho da Ucrânia, e que é membro da União Europeia e da NATO.
Georgescu, a quem as sondagens não davam mais de 6% dos votos, venceu a primeira volta com 22% da votação, em grande parte devido à sua presença massiva na rede social TikTok, segundo o Conselho Nacional Audiovisual.
A candidata Elena Lasconi ficou em segundo lugar nas eleições com 19,18% dos votos, e vai disputar com Georgescu a presidência do país, na segunda e última volta, que se realiza no dia 08 de dezembro.O primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, reconheceu na segunda-feira a derrota nas eleições e anunciou a demissão da liderança do Partido Social-Democrata (PSD).