Os trabalhadores das fábricas alemãs da Volkswagen estão em greve esta segunda-feira em resposta aos planos de redução de postos de trabalho e encerramento de fábricas.
Na sexta-feira, o fabricante automóvel alemão, que está a preparar um forte plano de reestruturação, recusou a contraproposta dos sindicatos para reduzir custos sem ter de encerrar fábricas, o que fez aumentar as perspetivas de endurecimento do diálogo social.
"Estas greves de advertência terão início na segunda-feira em todas as fábricas", referiu Thorsten Gröger, dirigente do sindicato IG Metall, citado pela AFP, que considerou os representantes da empresa na mesa de negociações responsáveis pela "duração e intensidade deste confronto".
Por seu lado, a Volkswagen afirmou, em comunicado, "respeitar" o direto dos trabalhadores de participarem numa "greve de advertência", referindo que acredita na continuação do "diálogo construtivo" para "alcançar uma solução duradoura e apoiada coletivamente".
A empresa adiantou ainda ter "tomado medidas para garantir o abastecimento de emergência" durante esta paralisação, de forma a minimizar "tanto quanto possível" o seu impacto nos clientes, parceiros e fabricas.
Empresa prevê encerrar três fábricas
No final de outubro, a líder da estrutura que representa os trabalhadores da Volkswagen (VW) informou que os planos de gestão do grupo envolvem o encerramento de três fábricas na Alemanha, a supressão de dezenas de milhares de postos de trabalho e a redução em 10% os salários dos restantes trabalhadores.
Posteriormente, o fabricante alemão indicou em comunicado que "devido à crise económica na indústria automóvel", não consegue "satisfazer a exigência do sindicato de um aumento salarial de 7%".
"Em vez disso, a empresa acredita que a redução dos salários em 10% daria à Volkswagen AG os meios para fazer investimentos futuros, de modo a manter-se competitiva e, assim, salvaguardar os postos de trabalho", lê-se na nota de imprensa então divulgada.
A Volkswagen teve um lucro de 7.590 milhões de euros até setembro, menos 33,1% face ao período homólogo, devido à queda das vendas na China.
Os representantes sindicais e a direção do grupo automóvel voltam a reunir no próximo dia 9 de novembro, mas os sindicalistas garantem que não aceitarão propostas que não contemplem planos a longo prazo para todas as fábricas da empresa.
Com Lusa