A taxa de mortalidade materna subiu para 13,1 óbitos por cada cem mil nados-vivos em 2022, resultado de 11 mortos. Há dez anos, altura em que nasceram em Portugal quase 90 mil bebés (há dois anos registaram-se 83.671), a taxa de mortalidade situava-se nos 4,4, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, citados pelo “Jornal de Notícias”.
Em 2021 tinha sido registada uma descida (8,8), após ter sido atingida em 2020 a taxa mais alta desde 1982, com 20,1 mortes por cem mil nados-vivos. A situação levou a uma investigação que continua guardada na Direção-Geral da Saúde, sem ser tornada pública — os peritos que nela trabalharam pedem para que seja divulgada.
Agora, os dados mais recentes mostram um aumento da mortalidade materna num ano marcado pelos constrangimentos no acesso aos serviços de obstetrícia e pela demissão da então ministra da saúde, Marta Temido, após a morte de uma grávida na sequência de uma transferência entre hospitais.
No entanto, os peritos ouvidos pelo diário descartam uma ligação entre as duas situações e apontam para outros fatores: falhas no registo das causas de morte, impacto de gravidezes com patologias associadas e de migrantes que chegam a Portugal sem registo clínico nem acompanhamento pré-natal e ainda um aumento do número de grávidas mais velhas e com doenças preexistentes .