"Acabei de falar com David Lavery, que chegou em segurança ao Qatar vindo do Afeganistão. Está animado", anunciou Joly, no domingo, na rede social X.

A ministra expressou ainda a gratidão ao homólogo do Qatar, o xeque Mohamed Abdulrahman al Thani, pela ajuda em "facilitar a libertação" de Lavery.

Até ao momento, nem as autoridades do Qatar nem os talibãs fizeram qualquer anúncio sobre a libertação do canadiano.

Fontes citadas pela emissora pública canadiana CBC confirmaram que Lavery, que foi submetido a uma avaliação médica à chegada a Doha, encontra-se já com a família.

Lavery, que ajudava os afegãos elegíveis para imigrar para o Canadá antes do regime talibã tomar o poder em 2021, foi detido na capital afegã a 11 de novembro de 2024.

A Veterans Transition Network (VTN) divulgou no domingo um comunicado em que expressou "alívio e muita felicidade por confirmar a libertação em segurança" de Lavery.

A associação canadiana, que trabalha na integração de antigos militares na vida civil, tinha em novembro dado a conhecer a detenção de Lavery, que tinha viajado várias vezes para realizar trabalho humanitário no Afeganistão.

"O nosso trabalho nos últimos três anos para retirar os aliados afegãos que apoiaram a missão do Canadá não teria sido possível sem o empenho pessoal e a bravura" de Lavery, disse o diretor da VTN, Oliver Thorne.

Na terça-feira, uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e o Afeganistão resultou na libertação de dois norte-americanos -- Ryan Corbett e William McKenty - e de um talibã em prisão perpétua na Califórnia por tráfico de droga e terrorismo, indicaram autoridades talibãs.

O acordo foi concluído no momento em que Joe Biden - que supervisionou a caótica retirada dos Estados Unidos da América do Afeganistão em 2021 - entregou o poder ao atual Presidente norte-americano, o republicano Donald Trump.

O Governo talibã saudou a troca, classificando-a como um passo em direção à normalização das relações entre os EUA e o Afeganistão, mas isso continuará a ser difícil, uma vez que a maioria dos países do mundo ainda não reconhece a legitimidade do seu poder e se crê que há mais dois norte-americanos detidos no país.

Os EUA têm o ministro do Interior do regime talibã, Sirajuddin Haqqani, numa lista de procurados por terrorismo, com a oferta de uma recompensa de 10 milhões de dólares (9,55 milhões de euros) em troca de informação que leve à sua captura.

No sábado, o Secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Marco Rubio, sugeriu que poderá ter de ser oferecida uma grande recompensa pelos líderes talibãs, caso se confirme que estes têm retidos mais reféns norte-americanos do que o anunciado.

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