A Suécia vai investir 100 milhões de coroas suecas (cerca de 9,3 milhões de euros) na inspeção, controlo e renovação dos seus abrigos nucleares, anunciou a Agência Sueca de Contingências Civis (MSB).

Ao longo deste ano, está prevista a substituição de filtros para aumentar a proteção contra armas químicas e radiológicas. O governo sueco também tem reforçado a capacidade de intervenção dos serviços de emergência, a cibersegurança e o armazenamento de medicamentos.

Reflexo da tensão na Europa

O investimento faz parte de um esforço para reforçar a defesa civil do país, num contexto de crescente preocupação com o risco de guerra.

Desde 2024, a Suécia tem intensificado as inspeções dos seus cerca de 64.000 abrigos e iniciado um vasto projeto de modernização dos maiores ‘bunkers’, capazes de acolher milhares de pessoas. Até agora, foram iniciadas obras em 25 dos 80 abrigos considerados estratégicos.

"O país não está em guerra, mas também não está em paz”, alertou o primeiro-ministro Ulf Kristersson em janeiro.

Contexto de Defesa na Suécia

2014 - Desde a anexação da Crimeia pela Rússia, a Suécia tem aumentado o orçamento da Defesa.

2015 - A Suécia reativou o conceito de “defesa total”, mobilizando toda a sociedade para se preparar para possíveis conflitos.

2025 - Em março Estocolmo anunciou um aumento de 28 mil milhões de euros no orçamento militar para a próxima década, com o objetivo de atingir 3,5% do PIB até 2030.

Recentemente, a Suécia enviou caças Gripen para missões de vigilância na Polónia e tem desempenhado um papel ativo no patrulhamento do mar Báltico, face às movimentações da chamada “frota fantasma” russa, usada para contornar sanções internacionais.

Diante do crescente receio de uma escalada militar, tanto a Suécia como a Finlândia — que também aderiu à NATO — continuam a reforçar as suas capacidades de defesa e a preparar a população para possíveis cenários de conflito.

Com Lusa