![Sueca condenada a 12 anos de prisão por genocídio e escravatura de yazidis](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Lina Ishaq foi considerada culpada de "genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra graves", sendo as suas ações parte de ataques mais amplos levados a cabo pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) contra membros da comunidade étnico-religiosa curda yazidi, explicou o tribunal em comunicado.
A acusação foi apresentada por nove pessoas - três mulheres e seis crianças - e deu azo à primeira investigação na Suécia sobre crimes cometidos pelo EI contra a minoria yazidi.
"Esta mulher manteve-os cativos e tratou-os como sua propriedade e escravos durante (...) quase cinco meses" em Raqqa, na Síria, afirmou o tribunal.
Segundo a decisão, durante o tempo que estiveram cativos, foi-lhes negada a todos a liberdade de movimentos, foram proibidos de praticar a sua religião, foram obrigados a assumir tarefas domésticas e alguns foram fotografados com a intenção de serem transferidos para outros membros do EI.
"Como participou na transferência das partes lesadas, (Lina Ishaq) é também responsável por permitir que estas continuassem presas e escravizadas", determinou o tribunal.
O tribunal salientou ainda que "o sistema geral de escravatura" foi um dos "elementos cruciais" adotados pelo EI na "perpetuação de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra flagrantes de que a população yazidi foi vítima". Além disso, os juízes acreditam que "a mulher partilhava a intenção do EI de destruir o grupo religioso".
Lina Ishaq já está detida, tendo sido condenada em 2022por permitir o recrutamento do seu filho de 12 anos como criança-soldado do grupo 'jihadista'.
Cerca de 300 suecos ou residentes suecos, um quarto dos quais mulheres, juntaram-se ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque, principalmente em 2013 e 2014, de acordo com o serviço de informações internas sueco Säpo.