Um recluso ficou gravemente ferido num incêndio que ateou à sua cela no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo, Açores, e que obrigou outro preso e cinco guardas prisionais a receberem tratamento hospitalar, disse hoje fonte sindical à Lusa.

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, adiantou à agência Lusa que o caso ocorreu ao final da tarde de terça-feira, quando o recluso, que tinha sido admitido na cadeia, "teve acesso a um isqueiro na cela que partilhava com outro preso".

"O recluso [que ateou o fogo] ainda está internado nos cuidados intensivos e o outro preso e os guardas prisionais tiveram alta, durante a noite de terça-feira, depois de receberem oxigénio", adiantou Frederico Morais.

Ainda segundo o dirigente sindical, o incêndio na cadeia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, "ainda demorou a ser controlado e extinto" pelos guardas prisionais.

"Foram acionados os bombeiros que chegaram ao local para o rescaldo, pois o fogo já estava extinto", acrescentou.

Frederico Morais adiantou à Lusa que o preso, que originou o incêndio na cadeia de Angra do Heroísmo, que tem entre 220 a 230 reclusos, sofrerá de "uma patologia do foro psiquiátrico".

"O sindicato defende que o recluso, em vez de ser institucionalizado numa cadeia, deveria ter sido internado numa unidade especializada em psiquiatria", sustentou Frederico Morais.

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional alertou ainda para a inexistência de máscaras de incêndio na cadeia da ilha Terceira, afirmando que a reivindicação já foi feita "há cerca de dois anos" pelos dirigentes locais do sindicato.

"Só que nunca ninguém quis saber e ontem [terça-feira] se tivéssemos tido as máscaras teria sido uma mais-valia para a situação e auxílio", apontou.

Frederico Morais adiantou também que "são os guardas masculinos que fazem serviço na ala feminina" do estabelecimento prisional de Angra, "um problema grave" que já foi exposto pelo sindicato ao diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

A agência Lusa procurou obter informações sobre a situação ocorrida no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo junto da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas sem sucesso até ao momento.