
O Sistema de Segurança Interna (SSI) reiterou, na quarta-feira, que a versão do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) que incluía informação sobre extremismos ausente do documento final foi uma de várias versões do "documento de trabalho".
"O documento de trabalho, de caráter reservado, a que os senhores jornalistas tiveram acesso, indevidamente, foi uma das versões do documento de trabalho (necessariamente provisório e de natureza evolutiva) que, durante aproximadamente dois meses, foi sofrendo adaptações consoante os contributos recebidos, por cerca de 30 entidades", sustenta a secretária-geral do SSI em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) ao Governo.
Na resposta publicada no 'site' da Assembleia da República, Patrícia Barão acrescenta que "todos os contributos são cuidadosamente analisados e discutidos em reuniões de trabalho de caráter restrito - nomeadamente no âmbito do Gabinete Coordenador de Segurança - garantindo a coerência, consistência e integração das informações prestadas pelas diversas entidades".
"Terminada a fase técnica, o relatório é apresentado, debatido e aprovado no Conselho Superior de Segurança Interna, sendo posteriormente submetido pelo Governo à Assembleia da República e publicado oficialmente", sem "existência de quaisquer versões preliminares públicas", sublinha.
"A alegada 'remoção/eliminação de conteúdos' é, portanto, imprecisa", defende.
SSI diz que documento final inclui referências a extremismos políticos
A secretária-geral do SSI realça, ainda, que no capítulo "análise da situação nacional" do documento final do RASI de 2024 "são feitas referências explícitas a extremismos políticos, nas páginas 30 e 31, em consonância com o contributo dado pelo Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP)".
Do documento remetido a 1 de abril ao parlamento, e disponível 'online' na página do Governo, não constam as páginas 35 a 39 que estavam na versão inicial, referentes ao capítulo "extremismos e ameaças híbridas", e que alertavam para a existência, sem especificar, de uma representação de uma organização extremista internacional em Portugal, classificada em vários países como organização terrorista.
Esta organização, acrescentava o relatório preliminar, promove encontros através de eventos musicais, incluindo em território nacional, e que funcionam como método de recrutamento de militantes e como forma de financiamento para produção de material de propaganda, por exemplo.
- Com Lusa