A organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras está a pedir à União Europeia uma intervenção musculada para defender a liberdade de imprensa na Hungria num caso que se prende com o projeto de lei "sobre a transparência na esfera pública", apresentando a 13 de maio pelo partido governamental húngaro, o Fidesz, liderado pelo primeiro-ministro, Viktor Orbán, e que prevê que as organizações que recebem financiamento do estrangeiro (incluindo fundos europeus) e que, segundo as autoridades, representem um perigo para a soberania nacional, possam ser multadas ou eliminadas.

Neste sentido, a ONG pede que a Comissão denuncie "esta grave tentativa de assumir o controlo dos media independentes", até porque “em causa está a Lei Europeia da Liberdade dos Meios de Comunicação Social (EMFA) que consagra o direito à informação dos cidadãos europeus e impõe o financiamento livre e imparcial dos media”, relembra.

"A Comissão Europeia deve condenar esta nova medida que empurra o direito à informação na Hungria para a beira do abismo. Se essa legislação for adotada, os RSF pedem à União Europeia que use todos os meios à sua disposição para garantir que o que resta da liberdade de imprensa na Hungria seja preservado", refere o chefe da delegação dos RSF para a União Europeia e Balcãs, Pavol Szalai.

A organização salienta ainda que esta medida faz parte de uma campanha do governo húngaro contra opositores e meios de comunicação social independentes no período que antecede as eleições legislativas de 2026.

A Hungria ocupa a 68.ª posição entre os 180 países e territórios que compõem o 'ranking' mundial de liberdade de imprensa 2025 dos RSF.