O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, garantiu que a União Europeia (UE) está focada em manter a Ucrânia como “principal protagonista” das negociações de paz com a Rússia.

O ministro português revelou, à margem da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que acontece esta segunda-feira em Bruxelas, que transmitiu aos restantes o balanço da sua visita a Kiev, na passada sexta-feira.

“A questão do alargamento” da Aliança e o apoio à Ucrânia, “em termos militares e em termos financeiros”, foram outros dos temas abordados na reunião desta segunda-feira, revelou Paulo Rangel.

O ministro garantiu ainda que os 27 estão focados em manter Kiev como “principal protagonista” das negociações.

A Alta-Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, KajaKallas, defendeu, esta segunda-feira, que a Rússia apresentou condições para um cessar-fogo que demonstram desinteresse em acabar com a guerra.

Questionado sobre estas declarações, Paulo Rangel disse que, de facto, a Rússia não está a seguir aquilo que foi abordado na Arábia Saudita, na terça-feira passada, onde foi proposto um cessar-fogo de 30 dias.

“Não quer dizer que com essas negociações bilaterais não se faça caminho e não se possa chegar a uma solução em que haja um acordo quanto ao cessar-fogo”, acrescentou.

Ministro ucraniano estará presente por videoconferência

A situação na Ucrânia é o tema dominante da agenda de trabalhos desta segunda-feira, com os chefes da diplomacia dos Estados-membros a debaterem, por videoconferência, com o seu homólogo ucraniano, AndriiSybiha, a situação do país, nomeadamente face às diligências de Washington para acordar tréguas entre Kiev e Moscovo.

A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, KajaKallas, deverá também pedir aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 que façam mais, "de forma urgente e imediata, para colocar a Ucrânia numa posição de força".

O 17.º pacote de medidas restritivas impostas pela UE a Moscovo também deverá ser debatido, com Kallas a defender: "Quanto mais forte formos nas sanções, na pressão sobre a Rússia, melhor será a posição da Ucrânia nas próximas etapas, nos próximos dias, semanas e meses".

Com Lusa