A investigaçãoconduzida pelo Hospital Pediátrico Benioff da Universidade de São Francisco, nos EUA, que remonta a 2021 e que agora recuperamos, aponta que realizar cinco horas de exercício físico por semana de forma consistente, desde os 18 anos, pode ser sinónimo de uma vida mais saudável a partir da meia-idade.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores responsáveis pelo estudo, publicado na Revista Americana de Medicina Preventiva (American Journal of Preventive Medicine), e citado no portal científico Science Alert, analisaram dados, recolhidos durante 30 anos, de 5.115 pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos.

Os participantes foram questionados sobre os seus hábitos alimentares, de exercício físico, de consumo de álcool e tabaco, bem como sobre o historial médico. A pressão arterial, o peso, o colesterol e os triglicerídeos de cada um também foram registados.

Constatou-se que ao mesmo tempo que a vida avança, a maioria das pessoas tende a diminuir a frequência com que se exercita. Contrariamente, os casos de hipertensão tornam-se mais frequentes.

A pesquisa científica aponta que os primeiros anos da idade adulta são uma janela temporal importante que deve ser bem aproveitada de forma a prevenir a hipertensão numa idade mais avançada.

"Quase metade dos nossos participantes de jovens em idade adulta tinha níveis de atividade física abaixo do ideal, o que foi significativamente associado ao aparecimento de hipertensão, indicando que precisamos de elevar o padrão mínimo de atividade física", revelou o autor principal, Jason Nagata, especialista da Universidade de São Francisco em medicina de jovens adultos.

Por outro lado, os participantes que praticaram, em média, cinco horas de exercício por semana no início da vida adulta, o dobro do aconselhado, apresentavam um risco significativamente menor (18%) de contraírem hipertensão, especialmente se mantiveram este hábito até aos 60 anos.

Os investigadores notam que os hábitos de atividade física vão caindo com o avançar da idade, devido às decisões de vida que vão sendo tomadas e ao aumento inerente das responsabilidades.

"Este pode ser, especialmente, o caso depois do ensino secundário, quando as oportunidades de atividade física diminuem à medida que os jovens adultos fazem a transição para a faculdade, para a força de trabalho e para a parentalidade, e o tempo de lazer sofre uma erosão", explicou Jason Nagata.