Os Bombeiros Sapadores manifestaram-se esta terça-feira pelas ruas de Lisboa por melhores condições salariais. O protesto da classe profissional desenrolou-se ao mesmo tempo em que decorreu a reunião, entretanto suspensa indefinidamente, entre os representantes do Governo e os sindicatos representantes dos Bombeiros Sapadores.

Centenas de Bombeiros Sapadores provenientes de todo o país partiram do quartel de Alvalade, em Lisboa, entoando gritos de revolta, cartazes, bombas de fumo, petardos e fogo de artifício.

Os profissionais subiram a Avenida de Roma e estão agora no exterior da sede do Ministério de Trabalho, no Campus XXI, em Lisboa.

Ainda antes das 11:00, as forças policiais já tinham cortado a avenida João XXI devido à grande afluência.

À SIC, os manifestantes garantem "ter muita confiança nos sindicatos" e esperam que a profissão de Sapador Bombeiro - "esquecida há 22 anos", apontam - seja valorizada.

Para além dos aumentos salariais, os profissionais exigem ainda que o suplemento de risco seja igual ao das restantes forças de segurança.

Caso os sindicatos não cheguem a acordo com tutela, os profissionais prometem continuar a luta.

Depois das 11:00, o protesto subiu de tom e tornou-se cada vez mais ruidoso, muito por culpa do rebentamento de petardos.

Negociações suspensas por tempo indefinido

Fonte do Governo disse à SIC que, pelas 11:50, a reunião entre o Executivo e os sindicatos tinha sido suspensa, já que a tutela "não aceita negociar perante formas não ordeiras de manifestação". Não há data para as negociações serem retomadas.

Depois de conhecida a notícia da suspensão da reunião, os muitos bombeiros sentaram-se em silêncio à porta do Ministério do Trabalho. O som de buzinas e do rebentamento de petardos continuou, no entanto, a acompanhar a açaõ reivindicativa.


Um dos manifestantes revela à SIC que o Governo não está "verdadeiramente" a negociar com a classe, mas sim a "impor propostas que são desrespeitosas para os bombeiros".

"A questão do fumo, do barulho parece-vos um alarido. Para nós é o nosso ambiente, este é o nosso escritório, nós estamos habituados a isto. Todos os dias arriscamos a nossa vida em prol de salvar o outro. E, agora, quem é que nos salva a nós?", questiona o mesmo profissional.

Pouco antes das 12:20, os representantes sindicais começaram a sair do edifício e relataram que, por vontade dos sindicatos, as negociações teriam prosseguido.

O subchefe principal do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, António Pascoal, garantiu à SIC, quando deixava a sede da tutela, que desconhecia o que se passou no exterior.

Em atualização