Ricardo Salgado, Álvaro Sobrinho e outros três arguidos vão sentar-se no banco dos réus por burla, branqueamento e abuso de confiança. A juíza deste processo refere que há muitas provas e considera provável a condenação.

Adriano Squilacce, advogado de Ricardo Salgado, contestou a conclusão da juíza que o ex-banqueiro está em condições de exercer a sua defesa, considerando "incontestável" que o seu constituinte padece da doença de Alzheimer.

Ricardo Salgado alegava que a doença de Alzheimer punha em causa o seu direito de defesa mas a juíza não concorda com esse argumento: “(…) concluiu-se que apesar dos défices cognitivos, tem boa capacidade de expressão, compreensão e raciocínio. Em todo o caso, apuramento de real capacidade neurológica não é na fase de instrução.”

À saída do tribunal, Soares da Veiga, advogado de Morais Pires, afirmou que foi uma "decisão esperada" porque a "instrução está transformada numa fase processual que não serve para nada", porque foram indeferidas todas as diligências de prova pedidas pela defesa.

Já a defesa de Álvaro Sobrinho, o antigo presidente do BES Angola, diz que vai analisar a decisão instrutória antes de decidir se vai avançar com nulidades.

"Vamos, agora, analisar com calma e sossego a decisão para vermos o que vamos fazer de seguida", revelou Luís Pires de Lima.

Álvaro Sobrinho está acusado de 33 crimes de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais, pela alegada apropriação indevida de cerca de 400 milhões de euros.

Ricardo Salgado, que era o presidente do BES, responde por dois crimes de abuso de confiança e burla, porque terá tido conhecimento da alegada gestão danosa no BESA.

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O BES em Portugal terá sido prejudicado em cerca de 4,7 mil milhões de euros, através da concessão irregular de crédito que desequilibrou as contas do BESA.

- Com Lusa