"Colocando estes 50 anos em perspetiva, desde o momento da assinatura do Acordo de Lisboa até o dia de hoje, com processos políticos e constitucionais numa e noutra pátria, densos e diversos, forçoso é confirmar que Cabo Verde tem protagonizado uma das trajetórias mais extraordinárias no continente africano", sustentou o chefe de Estado português

Além disso, prosseguiu, o arquipélago é, desde há "muitos anos, um farol de democracia e de estabilidade política em África".

O Presidente falava durante a cerimónia de homenagem aos signatários do Acordo de Lisboa para a transferência de soberania de Cabo Verde.

Marcelo rebelo de Sousa realçou que nas áreas da educação, nos níveis de literacia, urbanismo, crescimento económico, em todos estes domínios, "mesmo confrontando-se com a prevalência de desafios, com os quais também se depara Portugal e todo o mundo, Cabo Verde "tem protagonizado uma capacidade de recriação a todos títulos extraordinária". 

"Também no plano internacional, Cabo Verde tem-se assumido como um exemplo notável e notório de um país firmemente ancorado no multilateralismo e na defesa dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas", salientou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que mesmo num mundo com crescentes tensões geopolíticas, o país "tem sabido construir uma credibilidade internacional, sustentada no tempo e no modo, tirando o melhor partido da sua situação geoestratégica e da afirmação da sua identidade atlântica e universal".

"Por tudo isto, é muito importante aqui estar hoje. Não apenas por razões pessoais, de ter vivido o que se viveu há 50 anos e poder estar aqui, vivo e com as responsabilidades atuais, neste momento. Aqui estamos a evocar e a celebrar um país e um povo, que projeta Cabo Verde muito para lá da Macaronésia, através da cultura, da diáspora, da sua maneira de ser e de se afirmar por todo o mundo", acrescentou.

"Viva Cabo Verde, vivam os povos, estados e irmãos de Cabo Verde e de Portugal", enfatizou.

O Acordo de Lisboa foi assinado em 19 de dezembro de 1974 entre o Governo português e o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), estabeleceu a "fixação, por acordo, do esquema e do calendário do processo de descolonização do território do Estado de Cabo Verde".

 

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