A exoneração de Fatumata Djau Baldé foi tornada pública através de um decreto presidencial que não indica, contudo, as razões.

"É a senhora Fatumata Djau Baldé exonerada do cargo de ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural para que havia sido nomeada pelo decreto Presidencial (...) de 20 de dezembro de 2023", refere-se no documento a que a Lusa teve acesso.

A governante tem estado no centro de uma polémica com o presidente do Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), Botche Candé, que é igualmente ministro do Interior e que a acusa de alegado desvio de "muito dinheiro" no Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Djau Baldé é uma conhecida ativista pelos direitos das mulheres na Guiné-Bissau, nomeadamente na luta contra o casamento precoce e excisão, mas que, entretanto, entrou para a política.

Na semana passada, Botche Candé exonerou Baldé do cargo de quarta vice-presidente do PTG e hoje foi demitida pelo chefe de Estado do cargo de ministra.

Candé acusa Baldé de ter desviado dinheiro proveniente de venda de fertilizantes que o Senegal ofereceu à Guiné-Bissau para apoiar os agricultores.

Fonte da defesa de Baldé disse à Lusa que foi ouvida hoje no seu gabinete, antes de ser exonerada, por magistrados do Ministério Público, no âmbito do processo de investigação em curso.

No final do mês de fevereiro, e numa altura em que Fatumata Djau Baldé se encontrava em missão de serviço no estrangeiro, o Ministério Público chegou a emitir um mandado de detenção preventiva da ministra agora exonerada do Governo.

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