"A Polícia da República de Moçambique [PRM] trabalha para a localização e resgate da vítima e queremos apelar a qualquer cidadão que tenha alguma informação para colaborar na localização e esclarecimento deste caso", disse à Lusa a porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Marta Pereira.
O caso do rapto do cidadão de 52 anos de idade ocorreu por volta das 15:00 (13:00 em Lisboa, à porta do Bazar Central, uma frequentada loja de loiças na avenida Karl Marx, centro de Maputo.
A polícia moçambicana esclareceu que a vítima não é o proprietário do Bazar Central, como tinha sido avançado à comunicação social por diferentes fontes no terreno no sábado, mas sim um familiar do empresário de ascendência asiática.
Segundo as autoridades moçambicanas, populares nas proximidades do local do rapto teriam arremessado pedras para a viatura dos raptores, na tentativa de travar o rapto, tendo atingido o vidro lateral esquerdo do carro, após disparos efetuados pelos raptores.
"Eles tinham pelo menos duas armas do tipo AK47 e deram pelo menos dois tiros", disse à Lusa, no sábado, um funcionário de um estabelecimento vizinho que presenciou o caso.
Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.
Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".
A maioria dos raptos cometidos em Moçambique é preparada fora do país, sobretudo na África do Sul, disse, em abril de 2024, no parlamento, a antiga procuradora-geral da República Beatriz Buchili.
A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, indicam os últimos dados avançados pelo Ministério do Interior.
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