
"Lembramos que todos os óbitos ocorreram em Mogovolas [na província de Nampula], local onde o centro de tratamento da cólera e a unidade sanitária foram vandalizadas", durante as manifestações pós-eleitorais, disse hoje à Lusa Quinhas Fernandes, diretor nacional de Saúde Pública em Moçambique.
O surto de cólera foi declarado em 17 de outubro, em três regiões das províncias de Nampula e Zambézia.
Moçambique registou 25 novos casos nas últimas 24 horas, 11 dois quais internados, todos na província de Nampula, norte do país, indica o boletim diário de atualização de dados.
"Apesar dos surtos localizados, o risco de agravamento da situação da cólera é considerável, particularmente porque ainda estamos em época chuvosa, daí que é importante tomarmos as medidas de prevenção", disse Quinhas Fernandes, acrescentando que em Mogovolas o surto está "praticamente encerrado", sem registo de novos casos há mais de 27 dias.
Segundo o responsável, o atual surto de cólera tem "menor magnitude" comparado ao registado entre 2023 e 2024, em que foram notificados 27 óbitos e um cumulativo de 12.487 casos entre outubro e fevereiro.
O diretor de Saúde Pública moçambicano avançou ainda que o país tem disponibilidade de medicamentos em todas províncias e distritos para o tratamento de casos de cólera e outras doenças, referindo que tinha sido previsto um cenário "eventualmente mais grave" que o atual.
Do cumulativo de 777 casos notificados, 501 foram internados e 729 receberam alta hospitalar.
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