
A Associação de Advogados Progressistas da Turquia denunciou na rede social X que entre os detidos estavam alguns dos seus membros e que foram intercetados por agentes que controlavam o acesso à Praça Taksim, refere a agência EFE.
As autoridades turcas encerraram hoje parcialmente três bairros do centro de Istambul, onde vivem cerca de 800.000 pessoas, para impedir as marchas dos sindicatos no Dia do Trabalhador até à emblemática Praça Taksim.
A área encerrada ao trânsito, no todo ou em parte, com algumas avenidas a permitir a saída, mas não a entrada de automóveis, abrange cerca de 25 quilómetros quadrados no lado europeu de Istambul.
A área situa-se tanto na península histórica como nos bairros de Beyoglu e Sisli a norte do Corno de Ouro, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Os transportes públicos foram igualmente suspensos nestas zonas e praticamente todos os transportes marítimos entre a parte asiática e a parte europeia de Istambul foram cancelados.
Está prevista para o meio-dia (hora local, 10:00 em Lisboa) uma marcha dos principais sindicatos turcos na esplanada de Kadikoy, na zona asiática da cidade, autorizada pelo Governo.
Nos últimos três dias, a polícia deteve cerca de 100 pessoas em Istambul, em várias rusgas durante a madrugada, por terem apelado em conferências de imprensa ou nas redes sociais a uma marcha em Taksim no 1.º de Maio.
A manifestação do Dia do Trabalhador em Taksim foi proibida após um tiroteio nunca esclarecido em 1977 na praça, que matou 34 pessoas.
A marcha só voltou a ser autorizada em 2010, mas o Governo proibiu-a novamente apenas três anos depois, em 2013, até hoje.
Também em Ancara, partes da cidade foram encerradas ao trânsito, embora hoje, feriado oficial na Turquia, se realizem marchas sindicais em todas as províncias do país.
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