
O secretário-geral do PS criticou a falta de reação do Governo sobre as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Durante uma visita esta manhã ao mercado de Benfica, em Lisboa, Pedro Nuno Santos disse que o Executivo de Luís Montenegro devia tomar uma medidas urgentes face às tarifas ‘recíprocas’ que entram esta quarta-feira em vigor.
“As tarifas vão ter impacto nalguma da nossa indústria, nomeadamente dos têxteis, do calçado, mas também indiretamente na nossa indústria de componentes automóveis”, lembra.
“Aquilo que nós precisávamos era de ter um Governo que reagisse com maior rapidez, como fez o governo espanhol. Até ao dia de hoje não conhecemos nenhum pacote de ajuda e de apoio à indústria potencialmente mais afetada com as tarifas norte-americanas.”
O Ministério da Economia está a reunir-se - esta terça e quarta-feira - com associações empresariais de diversos setores para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação" das tarifas de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio, mas Pedro Nuno Santos defende que as empresas exportadoras precisam de ajuda para agir já.
"Nós precisávamos era que se apresentassem propostas, nomeadamente para apoiar a nossa indústria exportadora a direcionar parte das suas exportações para outros mercados.”
IVA zero nos alimentos "teve sucesso"
Numa ação de pré-campanha, acompanhado pela cabeça de lista por Lisboa, Mariana Vieira da Silva, e pela candidata do PS à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão, o candidato socialista defendeu ainda o regresso do IVA Zero para os bens essenciais.
“Como sabem, o custo de vida está alto. Nós já tivemos IVA Zero e quando ele deixou de existir. Os preços voltaram a subir e é muito importante que nós, com a margem orçamental que o Estado tem disponível, façamos o que está ao nosso alcance para baixar o custo de vida das nossas famílias.”
A medida foi implementada temporariamente pelo Governo de António Costa devido à inflação e Pedro Nuno Santos admite que “houve quem tivesse chegado a expressar dúvidas”, mas acabou por revelar-se um "sucesso".
"Houve uma redução efetiva dos preços e é exatamente isso que vai acontecer desta vez, agora de forma permanente e não apenas temporária", defendeu, prometendo criar uma estrutura para acompanhar a implementação da medida caso seja eleito.
Esta é uma das medidas, diz o socialista, que permite distinguir “as prioridades para o PS - ”as pessoas, as famílias, os trabalhadores, os pensionistas", das prioridades do PSD - "a minoria de empresas em Portugal que paga a maior parte do IRC".