Pedro Nuno Santos estranhou que a primeira remodelação do Governo não tenha incluído mudanças no Ministério da Saúde. Em declarações aos jornalistas depois de ter estado reunido com sindicatos e associações da PSP, o líder do PS admitiu duas hipóteses: ou o primeiro-ministro não identifica no seu governo os mesmos problemas que "o povo português identifica", ou já decidiu renovar toda a equipa daquele ministério e está apenas à espera que o ministro dos Assuntos Parlamentares saia para se candidatar à câmara municipal do Porto.
"A remodelação é uma decisão do primeiro-ministro e do governo, que respeitamos. A única coisa que registamos é que o primeiro-ministro não identifica no seu governo os mesmos problemas que o povo português identifica. Ou o primeiro-ministro não vê os problemas na saúde que toda a gente vê, e nesse caso é da responsabilidade do primeiro-ministro manter esta equipa, ou já decidiu renovar o ministério e está à espera da saída do ministro dos Assuntos Parlamentares", Pedro Duarte, disse o líder socialista, que falava aos jornalistas depois de ter tido um encontro com representantes da PSP.
Para o secretário-geral socialista, Luís Montenegro está apenas "à espera de oportunidade para o fazer". "Todos sabemos que as coisas não estão bem na saúde, que o Governo está a falhar em toda a linha na área da saúde", insistiu.
Questionado sobre a escolha de Silvério Regalado, atual deputado ex-presidente da Câmara de Vagos, para o lugar de Hernâni Dias como secretário de Estado da Administração Local, Pedro Nuno não quis comentar por não haver nenhum "caso de justiça". Em causa está o facto de a câmara de Vagos ter sido uma das câmaras com as quais o escritório de advogados de Luís Montenegro fez mais contratos por ajustes diretos. "Não tenho nenhum comentário a fazer sobre isso, prefiro identificar as mudanças que não foram feitas na Saúde", repetiu.
No final de uma ronda de reuniões com sindicatos e associações da PSP, Pedro Nuno Santos mostrou-se ao lado das forças de segurança e a favor da valorização das carreiras e revisão das tabelas remuneratórias. "É fundamental que haja carreiras atrativas na GNR e PSP", disse, sublinhando que, como partido da oposição, o "máximo que pode fazer é acompanhar a negociação" e defender que os agentes de segurança se sintam respeitados e valorizados.
"É fundamental que o governo se foque na execução da lei de programação das infraestruturas e equipamentos da Administração Interna", disse, lembrando que esta é uma área crítica e uma "área importante para o PS". "O PS entende que devemos ser duros com as causas do crime mas também duros com o crime", afirmou.