
Pedro Nuno Santos visitou esta manhã o Hospital de Sintra, em fase final de instalação, tendo sido questionado sobre a decisão do Governo de lançar o processo de atribuição de PPP para cinco hospitais e sobre o que fará caso assuma responsabilidades governativas depois das eleições antecipadas de 18 de maio.
"O anúncio das PPP é uma forma de a senhora ministra e o primeiro-ministro assumirem a incompetência na gestão do SNS", acusou.
Segundo o secretário-geral do PS, o partido não tem "nenhum dogma" com este formato, "mas os problemas do SNS não se resolvem" com esta "fuga para a frente" da ministra da saúde, "anunciando cinco PPP nos hospitais, mais 170 PPP em centros de saúde".
"Não é para parar porque nem sequer começaram. A senhora ministra e este Governo, não conseguindo resolver os problemas, é uma forma de dizer ao país que o problema do SNS resolve-se entregando à gestão dos privados. O problema do SNS não é a gestão dos hospitais", respondeu.
Apesar de a ministra da Saúde ter conseguido que todos se focassem neste tema, para Pedro Nuno Santos "o problema central do SNS é a falta de médicos, a incapacidade do SNS de recrutar e reter médicos" porque "o problema não é de gestão".
"A senhora ministra e este Governo anuncia um conjunto muito amplo de PPP, sem um estudo que as justifique, e portanto nós não levamos a sério esse assunto e o nosso foco no SNS vai estar na forma de nós conseguirmos recrutar, reter e ter médicos no quadro dos hospitais", antecipou.
Para o líder do PS, é preciso "poupar na prestação de serviços" para se poder "pagar melhor aos médicos que estejam na disposição de ter um contrato em exclusividade com o SNS", uma proposta na qual Pedro Nuno Santos tem insistido.
"A saúde é uma área prioritária, fundamental, onde o Governo falhou em toda a linha. Área onde forma feitas muitas promessas, mas aquilo que temos assistido foi um conjunto sequencial seguido de trapalhadas", criticou.
Pedro Nuno Santos apontou o dedo ao Governo pela forma como tem gerido os problemas da saúde uma vez que "tem aumentado a insegurança dos portugueses nos que diz respeito ao SNS".
O líder do PS referiu-se a uma notícia de hoje que dá conta de um alerta de um movimento de médicos segundo o qual o fecho de urgências se agravar durante a partir do fim do mês de março.
"Isto só acontece porque temos um SNS que recorre de forma crescente a prestação de serviços e temos uma percentagem menor de médicos no quadro. Só vamos resolver isto se reduzirmos o recurso à prestação de serviços ao mesmo tempo que damos condições atrativas para recrutar e reter médicos no SNS", defendeu.
Insistindo que é preciso "uma carreira, em exclusividade, de adesão voluntária, para que o SNS possa ter médicos no quadro e não esteja tão dependente da prestação de serviços", Pedro Nuno Santos tinha começado por falar do futuro hospital que visitou esta manhã.
"Estamos num hospital cuja construção foi financiada pela Câmara de Sintra, um investimento superior a 60 milhões de euros. Isso diz muito sobre a forma como o presidente Basílio Horta e o PS gerem autarquias tendo possibilidades e condições financeiras pata fazer este investimento", referiu, com o autarca ao lado.
Estando satisfeito com o investimento e o restante trabalho feito por Basílio Horta ao longo dos últimos 12 anos, o líder do PS defendeu que não se pode "sobrecarregar as autarquias com um investimento que é da administração central".
JF // JPS/ SF
Lusa/fim