
"O Santo Padre permaneceu estacionário durante o dia de hoje, sem apresentar episódios de insuficiência respiratória", refere o boletim médico divulgado hoje à noite pelo Vaticano, acrescentando que, "devido à complexidade do seu quadro clínico, o prognóstico permanece reservado".
Durante a manhã, o Papa, de 88 anos, participou na celebração da quarta-feira de Cinzas, que marca o início dos 40 dias de Quaresma antes da Páscoa, recebendo as cinzas e a Sagrada Comunhão.
Mais tarde, Francisco trabalhou e telefonou ao padre argentino Gabriel Romanelli, o pároco da igreja da Sagrada Família em Gaza.
"Como previsto, durante o dia, foi submetido a oxigenoterapia de alto fluxo e a ventilação mecânica não invasiva será retomada durante a noite", continua o boletim.
"O Santo Padre aumentou a fisioterapia respiratória e a terapia motora ativa. Passou o dia numa poltrona", referiu.
O período solene da Quaresma que antecede a Páscoa foi hoje iniciado sem a participação do Papa Francisco, cujo substituto foi o cardeal Angelo De Donatis, que conduziu uma curta procissão penitencial entre duas igrejas no Monte Aventino, e abriu uma homilia de quarta-feira de Cinzas preparada para o pontífice com palavras de solidariedade e agradecimento a Francisco.
O Vaticano informou que o Papa descansou bem durante a noite e acordou após uma segunda noite a dormir com uma máscara de ventilação.
O Papa Francisco, que sofre de uma doença pulmonar crónica e a quem foi removida parte de um pulmão quando era jovem, teve duas crises respiratórias na segunda-feira, marcando um retrocesso na sua recuperação.
Na terça-feira, Francisco respirava apenas com oxigénio suplementar, mas voltou a usar uma máscara de ventilação à noite, segundo o Vaticano.
O Papa Francisco foi hospitalizado em 14 de fevereiro, na sequência de uma pneumonia nos dois pulmões.
O internamento - o quarto e mais longo desde o início do seu pontificado, em 2013 - levanta sérias preocupações, uma vez que o Papa já estava enfraquecido por uma série de problemas nos últimos anos, que vão desde operações ao cólon e abdómen até dificuldades em caminhar.
A hospitalização do pontífice, que é líder espiritual de 1,4 mil milhões de católicos e chefe do Estado do Vaticano, reacendeu as dúvidas sobre a sua capacidade para desempenhar as suas funções e as especulações sobre uma possível renúncia.
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