O coletivo, "Pais de Soldados Scream Enough", reúne mais de 800 pais de soldados, recrutas ou reservistas que servem em unidades de combate em Gaza, alguns praticamente sem interrupção desde 07 de outubro de 2023.
Durante vários meses, Netanyahu foi acusado pelos seus críticos de prolongar desnecessariamente a guerra contra o Hamas por razões políticas, em retaliação ao ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano em Israel naquele dia.
Esta acusação é retomada pelo coletivo numa carta dirigida ao primeiro-ministro, a que a agência noticiosa France-Presse (AFO) teve acesso.
"Acusamos-vos de uma guerra sem horizonte, sem precedentes na história do nosso país, apenas por causa da sua sobrevivência política pessoal. Acusamos-vos de abandonar os reféns e os soldados! Apelamos-vos: acabem com a guerra!", continua o texto.
Os pais dos soldados acreditam que "todos sabem, incluindo eles (os soldados), que a guerra continua sem rumo e que os reféns só serão devolvidos no âmbito de um acordo", atualmente em negociação no Qatar, um dos três países mediadores, juntamente com os Estados Unidos e o Egito.
"O exército israelita não tem nenhuma razão para permanecer em Gaza, a não ser para cumprir os desejos messiânicos (de certos membros da extrema-direita) de se estabelecerem ali", continua o coletivo.
"Não podemos permitir que continuem a sacrificar os nossos filhos como se fossem carne para canhão", conclui.
O gabinete do primeiro-ministro israelita não comentou, para já, o conteúdo da carta.
Desde o início da ofensiva militar israelita, a 07 de outubro de 2023, 399 soldados israelitas foram mortos na Faixa de Gaza.
Do lado palestiniano, e segundo divulgou hoje o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano, mais de 46 mil palestinianos foram mortos em cerca de 15 meses de guerra.
Segundo o ministério, um total de 46.006 palestinianos foram mortos e 109.378 ficaram feridos, pormenorizando que, do total das vítimas mortais, as mulheres e as crianças representam mais de metade.
O balanço não distingue entre combatentes ou civis na contabilização dos mortos.
O exército israelita afirma ter morto mais de 17.000 militantes do Hamas, sem apresentar provas, e garante tentar evitar ferir civis.
JSD (PL) // APN
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