Numa declaração à imprensa, em Nova Iorque, António Guterres, observou que as tensões entre a Índia e o Paquistão estão no nível mais elevado dos últimos anos, após o atentado contra turistas na Caxemira indiana em abril, insistindo que atacar civis é inaceitável e que "os responsáveis devem ser levados à justiça por meios legais e fiáveis".

Apesar de garantir que compreende os "sentimentos profundos que se seguiram ao terrível ataque terrorista" no dia 22 de abril - o qual condenou -, Guterres frisou que "é essencial, especialmente nesta hora crítica, evitar um confronto militar que poderia facilmente ficar fora de controlo".

"Agora é o momento de máxima contenção e de recuar do abismo. Essa tem sido a minha mensagem no contacto contínuo que tenho mantido com ambos os países", explicou.

O líder das Nações Unidas reforçou que "uma solução militar não é solução", admitindo que lhe custa ver as relações entre a índia o Paquistão "a atingir o ponto de ebulição".

"Ofereço os meus bons ofícios a ambos os Governos ao serviço da paz. As Nações Unidas estão prontas para apoiar qualquer iniciativa que promova a redução da tensão, a diplomacia e um compromisso renovado com a paz", concluiu.

O novo foco de tensão entre os dois países começou a 22 de abril, quando um ataque realizado por homens armados em Caxemira matou 26 pessoas, a maioria das quais turistas.

O atentado foi o pior dos últimos anos contra civis na região turbulenta de Caxemira, que é palco de uma disputa entre os dois países há mais de três décadas.

Os dois países ordenaram a saída dos seus territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira.

No domingo, a Rússia propôs-se como mediador deste conflito, após conversações, durante o fim de semana, entre o líder da diplomacia russa e os seus homólogos paquistanês e indiano.

A Índia e o Paquistão administram, cada um, uma parte de Caxemira, mas ambos reivindicam o território na sua totalidade.

Nova Deli descreve toda a militância em Caxemira como terrorismo apoiado pelo Paquistão, o que este nega.

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