Responsáveis das principais agências humanitárias da ONU consideraram esta sexta-feira que a situação no norte da Faixa de Gaza é "apocalíptica" e alertaram que toda a sua população está em "risco iminente de morte".

"Toda a população palestiniana do norte da Faixa de Gaza está em risco iminente de morte por doença, fome e violência", alertaram, exigindo que "o Estado de Israel cesse o seu ataque a Gaza e aos trabalhadores humanitários".

No mês passado, as forças israelitas lançaram uma operação de grande envergadura no norte da Faixa de Gaza, com o objetivo de impedir o Hamas de reformar as suas unidades de combate.

"A região está sitiada há quase um mês, privada de ajuda de base e de produtos vitais, enquanto prosseguem os bombardeamentos e outros ataques", é denunciado num comunicado de imprensa do Comité Permanente Interagências, que reúne as agências da ONU e outras Organizações Não Governamentais (ONG) humanitárias.

Os responsáveis da OMS, da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da agência de coordenação da ajuda humanitária da ONU e da ONG Oxfam frisaram que "só nos últimos dias, centenas de palestinianos foram mortos, na sua maioria mulheres e crianças, e milhares de outros foram novamente deslocados à força".

Na sequência de outros apelos, incluindo das autoridades americanas, pedem a Israel que deixe entrar a ajuda humanitária e evite uma catástrofe ainda maior do que a que já enfrenta o território palestiniano, cercado há mais de um ano e palco de bombardeamentos diários e de intensos combates.

"O flagrante desrespeito pelos princípios fundamentais da humanidade e pelas leis da guerra tem de acabar", defenderam.

No comunicado é ainda sublinhado que a ajuda humanitária não consegue dar resposta à dimensão das necessidades devido aos condicionalismos impostos.

"As necessidades básicas não estão disponíveis. Os humanitários não podem fazer o seu trabalho em segurança e são impedidos pelas forças israelitas e pela insegurança de chegar às pessoas necessitadas", lamentaram.