Mais de 1.000 músicos, incluindo Kate Bush e Cat Stevens, lançaram na terça-feira um álbum silencioso para protestar contra as mudanças na lei dos direitos de autor no Reino Unido. As alterações, que estão a ser estudadas, permitiriam às empresas de tecnologia utilizar o trabalho dos artistas para treinar modelos de inteligência artificial.

"Na música do futuro, as nossas vozes não serão ouvidas?", questionou Kate Bush, cuja canção "Running Up That Hill", de 1985, voltou aos 'tops' em 2022 depois da série "Stranger Things", da Netflix.

O álbum intitulado "Is This What We Want?" (É isto que nós queremos?") foi editado por vários músicos e apresenta gravações de estúdios vazios, como símbolo do impacto que acreditam que a nova lei terá na subsistência dos artistas.

As doze faixas do álbum formam a frase: "O governo britânico não deve legalizar o roubo de música para beneficiar as empresas de Inteligência Artificial".

Numa carta enviada aoThe Times, na segunda-feira, músicos como Andrew Lloyd Webber, Elton John e Paul McCartney criticaram a proposta do Executivo de Keir Starmer, referindo que o atual sistema de direitos de autor "é uma das principais razões pelas quais os autores escolhem trabalhar no Reino Unido". Mais de 30 artistas assinaram a carta, entre eles Dua Lipa, Ed Sheeran e Stephen Fry.

Um porta-voz do Governo já respondeu ao álbum silencioso. Disse que o atual sistema de direitos de autor está a limitar o potencial das indústrias criativas, mas que ainda nenhuma decisão foi tomada.

As propostas de alteração de lei estão em consulta pública até hoje.