"Isto representa, inegavelmente, uma escalada no ódio racial e na potencial violência em Nova Gales do Sul", disse hoje o primeiro-ministro do estado, Chris Minns, aos jornalistas.
"É totalmente terrível e vergonhoso", disse Minns.
Na quarta-feira, a polícia australiana confirmou ter encontrado nos arredores de Sydney explosivos e uma lista de alvos judaicos.
No dia 19 de janeiro, as autoridades australianas encontraram numa caravana no subúrbio de Dural, em Sydney, um carregamento de 'Powergel', um explosivo utilizado na indústria mineira.
Segundo o vice-comissário da polícia de New South Wales, David Hudson, os explosivos encontrados eram suficientes para construir uma bomba com uma área de explosão de cerca de 40 metros.
"Isto é certamente uma escalada", afirmou Hudson, referindo-se ao recente aumento dos crimes antissemitas em Sydney, capital deste estado australiano, onde vários carros e empresas têm sido incendiados e edifícios pintados com 'graffiti' antissemitas.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, no dia 07 de outubro de 2023, os ataques incendiários e de 'graffiti' aumentaram substancialmente nas maiores cidades da Austrália, entre as quais Sydney e Melbourne, que albergam 85% da população judaica do país.
No início de janeiro, a sinagoga de Sydney foi pintada com várias suásticas, um ato classificado pelas autoridades como um "ataque de ódio".
Em dezembro de 2024, a sinagoga Adass Israel, na cidade de Melbourne, foi alvo de um ataque incendiário, classificado pelas forças de segurança da Austrália como um ato terrorista.
Uma equipa conjunta de contraterrorismo envolvendo autoridades federais e estaduais está a investigar a vaga de ataques.
Em meados de janeiro, os líderes da equipa disseram estar a investigar se os suspeitos estavam a ser pagos por forças estrangeiros para realizar os ataques.
Uma sugestão reiterada hoje, quando o vice-comissário da polícia de Nova Gales do Sul, David Hudson, disse que a polícia acreditava que alguns dos ataques "estavam a ser orquestrados por outros", e não pelos detidos.
"Não identificámos em nenhum dos 10 indivíduos acusados qualquer ideologia específica que os levaria a cometer os atos que cometeram", disse Hudson.
Uma investigação policial sobre esta vaga de ataques resultou em 10 detenções e Chris Minns disse que esperava mais detenções no futuro.
Em 2024, o Governo australiano nomeou assessores especiais para combater o antissemitismo e a islamofobia na comunidade.
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