
A ativista iraniana Narges Mohammadi, Prémio Nobel da Paz 2023, alertou hoje para a execução iminente da trabalhadora humanitária e ativista curda Pakhshan Azizi, cuja sentença de morte foi confirmada pelo Supremo Tribunal do Irão.
"Azizi, detida na prisão de Evin, em Teerão, enfrenta a ameaça de execução da pena de morte a qualquer momento", alertou, em comunicado, a Fundação Narges, gerida pela família da Nobel da Paz, condenando a sentença de Azizi, que foi acusada por "rebelião".
A Fundação escreve que a sentença de morte é "mais um reflexo da campanha de medo e repressão da República Islâmica na sequência do movimento 'Mulheres, vida, liberdade'", que emergiu em 2022 após a morte da jovem Mahsa Amini, sob custódia policial, que tinha sido presa por não usar o seu véu islâmico seguindo as normas.
A organização de defesa dos direitos humanos apelou "à comunidade internacional, às organizações de defesa dos direitos humanos e a todas as pessoas de consciência para que se manifestem e tomem medidas urgentes" para impedir a execução de Azizi, condenada à morte em julho passado pelo Tribunal Revolucionário de Teerão.
"Exija o fim do uso crescente da pena de morte como ferramenta de repressão política na República Islâmica", escreve a fundação iraniana, na mensagem hoje divulgada.
Além de Azizi, que está detida desde agosto de 2023, também as ativistas pelos direitos das mulheres Varishe Moradi e Sharife Mohammadi enfrentam a pena de morte no Irão.
Em 2024, pelo menos 901 pessoas, incluindo 31 mulheres, foram executadas no Irão. Este é maior número de sentenças de morte executadas por enforcamento desde 2015, no país, quando foram registadas 972 execuções, segundo dados das Nações Unidas.