O presidente do PSD salientou o clima de unidade no dia em que o PPD/PSD comemora o seu 51º aniversário, considerando que a história do partido ficará refletida no almoço que hoje juntará antigos líderes do partido.

Luís Montenegro falava aos jornalistas no final de uma ação de rua da AD -- coligação PSD/CDS para as eleições legislativas do próximo dia 18, no centro de Sintra, momentos antes de se reunir num almoço com quase todos os antigos presidentes da história do seu partido.

"Nenhum disse que não. De toda a história do PSD, só não vamos ter [no almoço] dois antigos líderes que não podem por razões de saúde: Francisco Pinto e Rui Machete", apontou.

A seguir, referiu-se aos casos específicos do antigo primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, por outras razões, também não estarão presentes no almoço na sede nacional do PSD em Lisboa.

Durão Barroso "está no estrangeiro numa conferência que não conseguiu adiar, mas transmitiu uma mensagem. E o professor Marcelo Rebelo de Sousa, que como Presidente da República entende - e eu compreendo - que não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral", justificou o atual presidente dos sociais-democratas.

Luís Montenegro assinalou, depois, que os 51 anos de história do PPD/PSD "foram preenchidos com muitos momentos, uns mais felizes, outros mais sofridos, mas ainda assim de uma intervenção cívica e política que esteve sempre ao serviço de Portugal e que está associada às grandes conquistas da democracia portuguesa do pós-25 de abril de 1974".

Neste contexto, falou da campanha e das eleições antecipadas do próximo dia 18, salientando a ideia de que há um clima de unidade no seu partido.

"Esta campanha eleitoral, com este entusiasmo na rua, com esta recetividade, esta conexão entre o PSD - a AD no caso - e o povo português, é a maior homenagem que posso fazer àqueles que me antecederam no exercício da liderança do partido e no exercício da liderança do Governo em representação do partido. E fico naturalmente muito sensibilizado e satisfeito por toda a história destes 51 anos estar refletida no encontro que vamos ter daqui a pouco", frisou.

Nas respostas aos jornalistas, Luís Montenegro disse que mantém contacto com os antigos líderes do partido, mesmo Pedro Passos Coelho ou Rui Rio.

"Tenho o hábito de conversar com eles de quando em vez. Faço isso com naturalidade, com todos eles, não só com aqueles que foram primeiros-ministros, com os outros também", respondeu.

O PSD vai juntar hoje quase todos os ex-líderes do partido, incluindo Passos Coelho, Cavaco Silva, Marques Mendes e Rui Rio.

Luís Montenegro é o 19.º presidente do PSD, tendo tido como antecessores imediatos Rui Rio (2018-2022) e o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (2010-2018), que estarão no almoço na São Caetano à Lapa, e Lisboa.

No almoço, estarão também os restantes antigos líderes do partido: o ex-Presidente da República e antigo primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva (1985-1995), Fernando Nogueira (1995-96), o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes (2004-05), o candidato presidencial Luís Marques Mendes (2005-2007), Luís Filipe Menezes (2007-2008) e Manuela Ferreira Leite (2008-2010).

Luís Montenegro preside ao PSD desde 28 de maio de 2022 e foi reeleito para novo mandato de dois anos em 06 de setembro de 2024.

O Partido Popular Democrático (PPD) foi fundado em 06 de maio de 1974, tendo sido registado no Supremo Tribunal de Justiça em 25 de janeiro de 1975.

Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota foram os fundadores mais destacados do partido.

A designação e sigla foram alteradas para Partido Social Democrata (PPD-PSD) em 03 de outubro de 1976, tendo a denominação "PPD" vindo a cair em desuso desde então.

Hoje, no final da ação de rua em Sintra, Luís Montenegro deixou uma coroa de flores junto ao busto de Sá Carneiro e, numa breve intervenção, prometeu respeitar o legado do fundador do seu partido.