
Num almoço-comício no Pavilhão Marialvas, em Cantanhede, Coimbra, no âmbito da campanha da AD, Luís Montenegro assegurou que o Governo e a AD não estão deslocados das dúvidas e apreensões perante a situação internacional "complexa e desafiante".
"Mas eu não sou o primeiro-ministro para lamentar a situação. Eu não sou primeiro-ministro para contemplar e andar a comentar a situação. Eu sou primeiro-ministro e vou continuar a ser primeiro-ministro para, olhando para essa situação, dar soluções, caminhos, orientações para nós podermos enfrentá-la e para nós podermos superá-la", defendeu.
Numa intervenção de cerca de meia hora num comício para 1.500 pessoas em que às 15:00 ainda ninguém tinha almoçado, o também primeiro-ministro questionou o que falta ao país para continuar a ser um destino seguro de atração de investimento.
"Falta que os políticos não estraguem aquilo que os portugueses já alcançaram e garantir que a estabilidade económica e social não é desbaratada pela instabilidade da política e do Governo", desafiou.
Montenegro considerou que "a estabilidade não é um fim em si mesmo", mas avisou pode fazer "toda a diferença nos próximos anos" para diferenciar Portugal de outros países.
"Eu vou explicar se calhar de uma forma mais direta e mais crua, mas às vezes também tem que ser. Muitas vezes na história das instituições e também dos países e dos povos, as dificuldades de uns são as oportunidades de outros", afirmou.
O líder da AD -- coligação PSD/CDS disse não querer colocar-se de fora das dificuldades da Europa e do mundo, mas considerou que, havendo noutros países "menos capacidade de dar esta estabilidade, naturalmente que os olhos se vão direcionar para aqueles outros territórios onde essas condições existem".
SMA // SF
Lusa/fim