Wang Yi sublinhou que, desde o encontro entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em outubro, os dois países "realizaram interações positivas a todos os níveis e aceleraram o processo de melhoria" dos laços, segundo um comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Os dois países vizinhos "devem aproveitar a oportunidade para se aproximarem, explorar iniciativas mais substanciais e comprometerem-se com a compreensão e o apoio mútuos, em vez da suspeita e do afastamento", afirmou Wang.

"A melhoria e o desenvolvimento das relações entre a China e a Índia estão em plena consonância com os interesses fundamentais dos dois países e dos dois povos", apontou o ministro.

Wang acrescentou que o progresso nos laços entre as duas potências "é propício à proteção dos direitos e interesses legítimos dos países do 'sul global' e ajudará as duas civilizações milenares a contribuírem para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento e prosperidade na Ásia e no mundo".

Misri observou que a China e a Índia estão a "gerir e resolver adequadamente as diferenças e a promover o relançamento da cooperação prática em vários domínios" desde o encontro entre Xi e Modi, organizado em outubro na cidade russa de Kazan, à margem de uma cimeira do bloco de países emergentes BRICS, de que ambos os países são membros.

Essa foi a primeira reunião bilateral em quatro anos, marcando um avanço significativo nas relações entre as potências asiáticas após confrontos mortais entre tropas em 2020.

Pouco antes do encontro, Pequim e Nova Deli confirmaram o desanuviamento militar nas suas zonas fronteiriças.

As relações entre a China e a Índia, as duas maiores potências asiáticas, deterioraram-se gravemente depois de 2020, quando um destacamento militar chinês provocou uma resposta indiana que degenerou num confronto fronteiriço no território de Ladakh - um território dos Himalaias reivindicado pela China - em que 20 soldados indianos foram mortos e 76 outros ficaram feridos, para além de um número oficial de quatro soldados chineses mortos.

Desde então, as potências aumentaram a presença militar na zona, agravando a hostilidade.

Os gigantes asiáticos mantêm uma disputa histórica por algumas regiões dos Himalaias, como Aksai Chin, administrado pela China e reivindicado pela Índia, e várias partes do estado indiano de Arunachal Pradesh, onde a situação é inversa.

 

JPI // VQ

Lusa/Fim