
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês considerou hoje que a trégua de Páscoa declarada por Moscovo, que não resultou na cessação das hostilidades, foi uma jogada de marketing para evitar que o Presidente Trump "ficasse impaciente".
"A trégua de Páscoa, que ele [Vladimir Putin] declarou de forma um tanto inesperada, foi uma jogada de marketing, uma operação de sedução destinada a evitar que o Presidente Trump ficasse impaciente e irritado", depois de este ter ameaçado sair das negociações de cessar-fogo devido à falta de progresso, disse Jean-Noël Barrot, no canal FranceInfo.
Segundo o governante, "apesar das inúmeras centenas de milhares de violações observadas pelos ucranianos, houve uma diminuição na intensidade dos ataques com 'drones' e mísseis de longo alcance", acrescentou.
A Rússia retomou os ataques aéreos na Ucrânia na segunda-feira, após terminar a trégua de Páscoa de 30 horas declarada por Moscovo.
Trump ameaça retirada das negociações de cessar-fogo
Donald Trump ameaçou na sexta-feira retirar-se das negociações de cessar-fogo que Washington vem desenvolvendo há várias semanas, mas que até agora não produziram quaisquer resultados.
No domingo, Trump disse esperar um acordo "dentro de uma semana" entre a Rússia e a Ucrânia, numa breve mensagem publicada na sua rede social, Truth Social.
Está planeada uma reunião para esta semana em Londres, entre representantes americanos, ucranianos, britânicos e franceses.
Esta reunião decorre após discussões sem precedentes em Paris, na última quinta-feira, com a presença do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, do enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, do braço direito do presidente ucraniano, Yermak Andrii Yermak, do presidente francês, Emmanuel Macron, e de Barrot e do seu homólogo britânico, David Lammy.
"Já se passou mais de um mês desde que os ucranianos, com base numa proposta franco-britânica, propuseram unilateralmente um cessar-fogo no mar, no ar e na infraestrutura energética. Essa proposta foi bem recebida pelos americanos, que pediram aos ucranianos que fossem mais longe, com um cessar-fogo geral de 30 dias", continuou Barrot.
"Agora cabe a Vladimir Putin aceitar o mesmo princípio", acrescentou.