O Presidente de Israel defendeu este domingo uma investigação sobre o que descreveu como um "falhanço" do serviço de informações nacional que permitiu os ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 que mataram 1.200 pessoas.

Sem se dirigir diretamente ao Governo liderado por Benjamin Netanyahu, que se recusa a avançar com uma comissão de investigação enquanto durar a guerra, Isaac Herzog exigiu uma análise "fiável, flexível e independente" sobre os acontecimentos.

"O fracasso da inteligência, a falsa (noção de) dissuasão e a nossa flagrante arrogância custaram-nos mais uma vez um preço pesado e doloroso de muitas vidas ceifadas", salientou o Presidente israelita, durante uma homenagem, em Jerusalém, aos soldados mortos na guerra do Yom Kippur (1973).
"Devemos agir hoje, sem demora, tal como fizemos há 51 anos, e investigar profunda e exaustivamente", salientou o chefe de Estado israelita.

O Exército mantém investigações internas, das quais até agora não surgiram conclusões importantes, exceto a do reconhecimento do seu "fracasso" em proteger os residentes do kibutz de Beeri, um dos mais afetados pelos ataques do Hamas naquele dia.

O Governo tem insistido que "ainda não chegou o momento" de investigar o que aconteceu a nível estatal, alegando que a investigação poderia prejudicar a gestão da guerra em Gaza, embora o foco militar tenha agora mudado para o Líbano.

No final de setembro, a procuradora-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, garantiu que Netanyahu continua a recusar-se a abrir esta investigação, apesar dos seus constantes pedidos, informou o The Times of Israel.

O atual conflito na região começou no dia 07 de outubro de 2023, quando cerca de mil combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.

Há três semanas que Israel realiza também uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e leste do Líbano, bem como contra Beirute, que causou a morte da maior parte das mais de 2.200 pessoas que perderam a vida no Líbano desde outubro de 2023.