
O Presidente da República não foi ouvido por Luís Montenegro no dia da declaração do sábado passado. O primeiro-ministro só ligou para Belém depois de ter falado ao país, mas Marcelo Rebelo de Sousa já não atendeu.
À SIC, o Presidente da República explica que esteve em Belém durante a tarde, para onde foi de propósito para assistir à comunicação do primeiro-ministro. No entanto, Montenegro só lhe telefonou cerca de meia hora depois da comunicação e o Presidente já não atendeu.
Marcelo faz saber que o chefe de Governo está no seu direito de não ligar, mas também nota que podia ser do interesse do primeiro-ministro ouvir a opinião do Chefe de Estado, o que não aconteceu.
"Primeiro-ministro tem direito de não ligar mas podia ouvir a minha opinião."
O Presidente lembra ainda que este é um comportamento muito habitual de Montenegro - deixar tudo para o último segundo e ser muito pessoal nas decisões que toma, ou seja, não ouvindo Belém.
Marcelo descarta ainda a hipótese de uma crise, afirmando que não entende que o Governo possa estar a pensar nesse cenário. E lembra que o país apresenta bons resultados económicos e que o Parlamento está a funcionar.
O Presidente da República pretende manter-se em silêncio até ao debate da moção de censura apresentada pelo PCP.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já disse que não iria viabilizar a moção de censura, considerando que os comunistas tinham “mordido o isco lançado pelo Governo”.
Já o ministro de Estado e das Finanças disse que caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no Parlamento "não há uma justificação" para o Governo apresentar uma moção de confiança.