
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, desejou hoje que o presidente do Chega, André Ventura, "melhore e tenha juízo", referindo que o contactou no dia em foi hospitalizado e lhe recomendou que tivesse precauções.
Num momento de resposta a perguntas dos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, o Presidente da República foi questionado sobre a notícia de que André Ventura tinha voltado a ser retirado da campanha eleitoral por elementos do seu partido devido a uma indisposição.
"Eu falei com ele depois do primeiro acidente de saúde [na terça-feira à noite], contactei-o por WhatsApp, eu estava com o Rei de Espanha e com o Presidente italiano, e depois ele telefonou-me a agradecer", relatou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado referiu ter recomendado ao presidente do Chega "que devia ter precauções, e não lançar-se imediatamente, sem ser com precauções, não se expondo muito num dia que ia ser, logo a seguir, muito quente, muito intenso".
"Espero que recupere, melhore e tenha juízo", acrescentou.
A este propósito, Marcelo Rebelo de Sousa alertou para "o calor que era previsível que viesse" hoje e disse conhecer por experiência própria "o cansaço acumulado, o stresse" que as campanhas eleitorais provocam nos candidatos, que "as pessoas abraçam, beijam, apertam".
"Em todas as campanhas acontece, mas uma campanha como esta, muito longa, e muito intensa na rua, aumenta a probabilidade de a pessoa se sentir menos bem", considerou.
O Presidente da República mencionou que "isso já motivou noutro líder partidário também um problema de tensão, de arritmia", numa alusão ao internamento hospitalar, durante algumas horas, do presidente do PSD e atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, no fim de março.
Em resposta aos jornalistas sobre o episódio ocorrido hoje com André Ventura, Marcelo Rebelo de Sousa abordou especificamente a condição de refluxo gastroesofágico, atribuída como causa da hospitalização do presidente do Chega na terça-feira à noite.
Segundo o chefe de Estado, "as pessoas minimizam muito, acham que é apenas um refluxo esofágico e tal", mas em certos casos "a pessoa acha, sobretudo se for hipocondríaca, e se for sob stresse grande, que pode ser mais do que isso, pode ser cardíaco, pode dar pico de tensão, pode dar outro tipo de perturbações".
Marcelo Rebelo de Sousa observou ainda que a situação "depende muito também das pulsações, o ritmo de pulsações: há pessoas que têm um ritmo de atleta, que é muito baixo, outras que não, que é mais alto".