Marcelo Rebelo de Sousa discursava na Academia Militar, na Amadora, no distrito de Lisboa, Na sessão de enceramento de um congresso da Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional (AACDN) sobre "A Segurança e a Defesa na Europa -- Desafios".
Dirigindo-se ao ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas declarou: "Aproximando-me de nove anos de mandato presencial, tenho a dizer-lhe que encontrei no atual Governo e em vossa excelência, é verdade que por passos ainda primeiros, primeiros, e espero que não últimos, encontrei um sinal que não encontrei em governos anteriores e em ministros anteriores".
Quanto ao tema deste encontro, para Marcelo Rebelo de Sousa "é óbvia a necessidade de acordar da Europa" e "não deveria ter sido preciso haver guerras " para se perceber "a importância, em ligação à NATO, de efetivamente definir uma autonomia estratégica, de investir, mais do que investir, de sensibilizar as sociedades civis para o que significa da prioridade política o investimento em matéria de defesa e segurança".
Sobre a atuação do atual Governo PSD/CDS-PP o Presidente da República considerou que "mais vale antecipar a ir sempre a reboque dos acontecimentos", referindo-se ao "drama das leis de programação militar", que "quando nascem já estão ultrapassadas".
"E eu penso que essa é a esperança que existe, senhor ministro, em relação a este Governo. E, portanto, tenho a certeza que não nos vai desiludir, o Governo -- eu já abarco o Governo, porque sei quanto isso tem componentes financeiras e outras que são pesadas -, não apenas no estatuto dos recursos humanos, que é fundamental", acrescentou.
O chefe de Estado manifestou-se confiante de que, "na linha do caminho traçado e aberto pelo senhor ministro da Defesa", os responsáveis políticos irão "efetivamente criar condições" para que as Forças Armadas Portuguesas, "nas capacidades, nos recursos humanos, em todas as vertentes da sua formação, essenciais para cumprir o desígnio nacional, possam cumprir esse desígnio".
Marcelo Rebelo de Sousa pediu que se comece quanto antes "essa valorização das Forças Armadas assumida pelo poder político legitimado pelo povo", para que "amanhã não seja tarde demais".
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