Milhares de pessoas da sociedade civil aos partidos de esquerda desfilaram desde a Alameda até ao Martim Moniz contra o racismo, o preconceito e a xenofobia. A manifestação decorreu menos de um mês depois de uma operação policial que encostou à parede dezenas de imigrantes no Martim Moniz. Uma ação considerada discriminatória e que motivou críticas generalizadas.
Num país que os estudos dizem precisar de 138 mil novos imigrantes por ano para ganhar riqueza, a manifestação deste sábado quis reforçar a necessidade de garantir a quem chega direitos previstos na constituição.
O primeiro-ministro diz que os extremos saíram este sábado à rua e destaca o PSD como um elemento de moderação.
Em Braga para um encontro com autarcas socialistas, Pedro Nuno Santos, critica o Governo e o Chega por instrumentalizarem as forças de segurança. O secretário-geral do Partido Socialista (PS) diz que a manifestação no Martim Moniz contra o racismo contou com mais pessoas do que protesto promovido por André Ventura.
Ao mesmo tempo e como tem sido habitual, o Chega organizou uma vigília de apoio às forças de segurança. André Ventura pediu mais operações policiais como as do Martim Moniz e acusou o primeiro-ministro de "ter perdido a coragem" quanto às forças de segurança, numa vigília que terminou com os participantes a gritarem "encostem-nos à parede".
"Se eles são pedófilos, se eles são traficantes, se eles forem ilegais, se eles assediarem e perseguirem as mulheres, se eles traficarem droga, se eles derem cabo da nossa vida e dos nossos valores, encostem-nos à parede, uma e outra e outra vez, até perceberem que este país é nosso e que a lei é para cumprir em Portugal", pediu.
Num discurso assente em perceções, o líder do Chega tentou colar à manifestação da sociedade civil propósitos que não consegue demonstrar e atacou todos os partidos, incluindo os que lhe são próximos.
- Com Lusa
[Última atualização às 21:21]