O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, defendeu hoje que os planos lançados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) revelaram "falta de eficácia" para reduzir o número de alunos sem aulas, demonstrando também "falta de ambição para resolver o problema".

"Os alunos sem professor este ano não andam longe dos (números) do ano passado", disse Mário Nogueira, revelando que "ao longo do primeiro período de aulas, sem considerar ausências de curta duração, mais de 300 mil alunos estiveram, no mínimo, três semanas a um mês sem um professor".

Olhando apenas para o último dia de aulas do primeiro período, que terminou na terça-feira, havia ainda cerca de 30 mil alunos sem pelo menos um professor, disse Mário Nogueira, garantindo serem estimativas "abaixo da realidade".

"O primeiro trimestre deste ano letivo demonstrou a falta de eficácia das medidas tomadas pelo Ministério e à falta de professores junta-se a falta de ambição para resolver o problema", acusou o secretário-geral da Fenprof, referindo-se aos projetos "Mais Aulas Mais Sucesso" e "Aprender + Agora" (A+A).

"O novo plano A+A mostra que as ideias daquele ministério são um verdadeiro deserto", disse Mário Nogueira durante uma conferência de imprensa, em que questionou o modelo que prevê que docentes reformados aceitem trabalhar voluntariamente nas escolas.

Se apenas 63 docentes aposentados regressaram ao ensino, sendo pagos para o fazer, existem "poucas dúvidas" que haja docentes que regressem em regime de voluntariado, tal como previsto no plano A+A, defendeu.

Mário Nogueira recordou que continua a haver uma grande diferença entre os jovens que começam a dar aulas nas escolas e os que se aposentam, lembrando que só este ano letivo, entre os meses de setembro e dezembro, reformaram-se 1.686 professores e que no próximo ano, só em janeiro, vão aposentar-se 374 docentes.

SIM // JMR

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