Foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil de forma a que possam ser enviados dois aviões Canadair para o incêndio na Madeira.

A confirmação surge pouco tempo depois de o Governo ter desmentido o envio de dois Canadair espanhóis.

Ao que a SIC apurou, uma das razões que estava a impedir o pedido era o facto de não estarem garantidas as condições de reabastecimento dos aviões. Agora, fonte do Governo explica que os dois aviões pedidos têm tipologia própria para atuar na Madeira.

No Pico do Areeiro, local que Miguel Albuquerque visitou esta tarde, as câmaras da SIC captaram uma conversa telefónica entre o Presidente do Governo Regional e Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Avance com isso para ver se os gajos amanhã estão aqui”, disse Albuquerque.

Mais tarde, na habitual conferência de imprensa diária, Albuquerque acrescentou que também falou ao telefone com o primeiro-ministro.

A SIC sabe que os dois aviões Canadair chegam à ilha da Madeira esta quinta-feira às 11:00 e às 13:00.

Os aviões serão utilizados sobretudo na cordilheira central - onde o acesso por meios terrestres é praticamente impossível, explicou Albuquerque, acrescentando que não poderão ser usados em zonas urbanas nem agrícolas.

Estes modelos de aeronave têm capacidade para despejar cerca de seis mil litros de água em cada descarga.

“Chegam amanhã e começam a operar. Vão abastecer em Porto Santo com água doce”, explicou o Presidente do Governo Regional.

Os especialistas florestais têm defendido o uso de mais meios aéreos para fazer frente ao terreno sinuoso que está a dificultar o combate às chamas.

Esta manhã, o único helicóptero disponível na ilha fez apenas trabalhos de reconhecimento, mas esta tarde já efetuou descargas de água no Pico Ruivo, o ponto mais alto da ilha.

O presidente da Proteção Civil explicou que a operação de meios aéreos a altitudes como as da Madeira "é bastante complexa".

"Não é uma coisa que se faça de forma linear. Nós temos que fazer uma avaliação e ver se os pilotos e o helicóptero, têm capacidade para o fazer, pois ventos àquela altitude são muito erráticos e nós não queremos ter mais um problema com a perda do helicóptero", disse António Nunes.

O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol. Durante a noite passada, chegou também ao Pico Ruivo, concelho de Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.

[Última atualização às 19:35]