
Jovens trabalhadores de várias zonas do país concentraram-se esta sexta-feira na Praça da Figueira, em Lisboa, e partiram rumo à Assembleia da República, para exigir aumentos salariais, redução do horário de trabalho e o fim da precariedade.
Sob o mote "Pelo teu salário, pela tua carreira, por uma vida digna", a manifestação nacional foi convocada pela Interjovem, organização de jovens trabalhadores da CGTP, para assinalar o Dia Nacional da Juventude, que se comemora esta sexta-feira.
Na manifestação, que arrancou pelas 15:15 horas, e contou com a presença do secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, e do coordenador da Interjovem, Gonçalo Paixão, os jovens trabalhadores entoavam palavras de ordem como "é justo, urgente e necessário o aumento do salário", "o custo de vida aumenta, juventude não aguenta", "precariedade em Portugal é vergonha nacional, "tanto jovem a trabalhar sem casa para morar" ou "com ou sem IMI não há casa para mim".
Além disso, erguiam cartazes com mensagens de luta como "salários dignos para todos", "sem ter casa para morar" ou "ser efetivo é o que eu exijo".
Protesto junta jovens de todo o país
Em declarações aos jornalistas, o coordenador da Interjovem realçou que o protesto contou "com uma participação muito ampla [de jovens trabalhadores] de várias regiões do país e vários setores de atividades" e que foi convocado para reivindicar melhores condições de vida para os jovens, dado que estes representam "mais de metade dos trabalhadores com vínculos precários" no país e estão "mais expostos aos horários desregulados".
Também o secretário-geral da CGTP manifestou-se satisfeito com a "participação em grande massa da juventude trabalhadora" e desafiou os partidos políticos a apresentarem as suas "soluções" para "os problemas de quem trabalha e de quem vive" em Portugal na campanha eleitoral que se avizinha.
"O salário não chega para pagar a habitação e para colocar os jovens numa perspetiva de independência", sublinhou Tiago Oliveira, lembrando ainda a necessidade de combater a precariedade e a "desregulação dos horários de trabalho".
Paulo Raimundo presente
Cerca de duas horas depois, no final da manifestação, já em frente à Assembleia da República, discursaram três jovens trabalhadores que estiveram em greve e foi aprovada "por unanimidade" uma resolução para exigir "salários dignos", o fim da precariedade, a valorização das carreiras, uma habitação digna, bem como o reforço dos serviços públicos.
Na manifestação esteve presente o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que acompanhado do deputado António Filipe, aplaudiu e cumprimentou os jovens manifestantes.
No caderno reivindicativo, a CGTP exige um aumento salarial de, pelo menos, 15%, num mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores, bem como o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 870 euros para 1.000 euros.