Os 'bolsonaristas' foram considerados culpados de invadir e vandalizar prédios públicos em Brasília, capital do país, para criar o caos e incitar uma intervenção militar para depor o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
Esses réus foram condenados a penas entre três e 17 anos de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito, deterioração do património tombado, dano qualificado, incitação ao crime e associação criminosa.
De acordo com dados oficiais, 1.552 envolvidos diretamente no ataque foram constituídos réus em processos julgados no mais alto tribunal do Brasil.
Deste total, 1.093 foram acusados de crimes leves como incitação ao crime ou associação criminosa (grupo que acumula 147 condenações) e outros 459 foram processados por crimes graves (224 deles foram condenados) como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do património.
A Justiça brasileira também firmou acordos de não persecução penal com 527 pessoas acusadas de crimes leves e absolveu quatro acusados. Há também 60 réus foragidos, de acordo com dados oficiais.
Além de punir os 'bolsonistas' que tentaram incitar um golpe de Estado na capital brasileira, e que teriam participado dos atos de vandalismo, as autoridades ainda procuram saber quais as relações entre o evento e a alegada tentativa de golpe de Estado que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns dos seus principais auxiliares, incluindo ex-ministros e militares, numa outra investigação realizada pela Polícia Federal cujo relatório final foi apresentado em dezembro.
Ma quarta-feira, dia em que se assinalam dois anos do ataque às sedes dos Três Poderes, o Governo brasileiro organizou uma série de eventos que contarão com a presença de Lula da Silva.
Essas cerimónias vão decorrer no Palácio do Planalto, sede do Executivo e um dos edifícios vandalizados, onde haverá a reintegração de obras de arte destruídas no ataque e que foram restauradas.
Entre as peças, destaca-se um raro relógio do século XVII, trazido para o Brasil pelo rei português D. João VI, em 1808 e uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada.
À tarde, o Presidente brasileiro descerá a rampa do Palácio do Planalto acompanhado de autoridades para participar de um ato simbólico nomeado de "Abraço da Democracia", na Praça dos Três Poderes, que também contará com a presença de representantes dos poderes legislativo e judiciário, de movimentos sociais e apoiantes de partidos de esquerda.
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