
Numa declaração à margem da "Kidical Mass", movimento que tem como objetivo reivindicar o direito à cidade por parte das crianças, incentivando famílias e crianças a utilizar a bicicleta como modo de transporte e que ligou a Casa da Música a Matosinhos, em bicicleta, Inês Sousa Real reagiu ao apelo do Presidente da República no momento em que hoje votou antecipado no Algarve.
Na sua declaração, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao voto lembrando que nos próximos 12 meses não será possível marcar novamente eleições legislativas.
"As pessoas devem ter hoje em conta que é preciso votarem naquilo que são as causas em que acreditam. O voto útil não é um voto nos grandes partidos que conduziram o país mais uma vez, pela terceira vez consecutiva, para eleições antecipadas", começou por afirmar a líder do PAN.
E sobre a "estabilidade que, de alguma forma, Marcelo Rebelo de Sousa vem pedir", defendeu que "deve estar na mente dos portugueses que esta é a oportunidade, de facto, de darem mais força e acima de tudo mais confiança aos partidos que têm trabalhado e não aos partidos que conduziram para esta instabilidade no país".
"O PS e PSD têm faltado ao país naquilo que tem sido um garante de estabilidade, mas também em garantir que medidas como o acesso à habitação, através de um plano nacional que permita não só que a classe média, mas também os mais vulneráveis, ou as crianças e jovens, possam ter uma habitação condigna", continuou a deputada vincando o que "tem sido um dos maiores falhanços da política portuguesa, mesmo naquilo que diz respeito ao combate às alterações climáticas".
Referindo-se à iniciativa que juntou centenas de pessoas, de bicicleta, ao longo da Avenida da Boavista, a dirigente do PAN disse ter sido "pela mão da AD que desapareceu precisamente do Orçamento de Estado a verba que era destinada à mobilidade suave e à mobilidade ciclável" em Portugal.
Inês Sousa Real enfatizou, ainda sobre o apelo do Presidente da República, que a "preocupação (...) deve ser garantir que o próximo mandato é de quatro anos, que se consegue cumprir a legislatura porque a cada vez que o país vem para eleições antecipadas é a vida das pessoas que fica em suspenso".
"Compreendo que as pessoas estejam zangadas com os grandes partidos, que não se revejam naquilo que têm sido estes ciclos de governação instáveis", insistiu antes de colocar o foco na necessidade de adaptar o "país às alterações climáticas, aos seus efeitos" e na família, criando um sociedade "com mais tempo para a família, para o lazer, para o bem-estar" e em que o "progresso assenta numa economia verde e sustentável".
JFO// SF
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