O Governo assegura à SIC que não fez até agora qualquer pedido a Espanha para que ceda dois aviões Canadair para ajudar no combate ao incêndio na Madeira.

Fonte governamental desmente assim a notícia segundo a qual os dois aviões já estariam a caminho da ilha.

A mesma fonte acrescenta que não foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, não excluindo, ainda assim, que esse pedido de ajuda internacional possa vir a ser feito, caso se justifique.

Ao que a SIC apurou, uma das razões que está a obstar ao pedido é o facto de não estarem garantidas as condições de reabastecimento dos aviões.

Os especialistas florestais têm defendido o uso de mais meios aéreos para fazer frente ao terreno sinuoso que está a dificultar o combate às chamas.

Esta manhã, o único helicóptero disponível na ilha fez apenas trabalhos de reconhecimento.

O presidente da Proteção Civil explicou que a operação de meios aéreos a altitudes como as da Madeira "é bastante complexa".

" Não é uma coisa que se faça de forma linear. Nós temos que fazer uma avaliação e ver se os pilotos e o helicóptero, têm capacidade para o fazer, pois ventos àquela altitude são muito erráticos e nós não queremos ter mais um problema com a perda do helicóptero", disse António Nunes.

O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol. Durante a noite passada, chegou também ao Pico Ruivo, concelho de Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.