
É mais um caso de partilha de imagens de mulheres sem consentimento. Foram captadas e depois divulgadas num grupo de WhatsApp fotografias e vídeos de alunas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Segundo o Jornal de Notícias, as imagens terão sido captadas durante uma gala de aniversário da Associação de Estudantes da faculdade e partilhadas por elementos da direção da própria associação, que enviou um e-mail à comunidade escolar a condenar o caso.
Contactada pela SIC Notícias, a Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto remete todos os esclarecimentos para uma assembleia geral que terá lugar na próxima semana e assume o compromisso de lealdade para com as estudantes.
A associação promete afastar dos cargos os elementos envolvidos, enquanto a direção da faculdade diz que que está a acompanhar o assunto e que aguarda os esclarecimentos dados na assembleia geral.
Já a Federação Académica do Porto, ouvida também pela SIC Notícias, pede "tolerância zero" ao caso. Francisco Porto Fernandes, presidente da associação, insiste que a situação não pode ser tratada de forma "leviana".
"É uma violência sexual contra as mulheres que está a ser banalizada"
A associação 'Não Partilhes', de combate à violência sexual, diz que as alunas foram fotografadas debaixo de mesas e por debaixo das saias. Inês Marinho, fundadora da associação fala numa banalização da violência contra as mulheres, referindo também o recente caso da violação em Loures que foi divulgada e visualizada por dezenas de milhares de pessoas nas redes sociais.
Ministro diz que abusos devem dar processos disciplinares ou até judiciais
Confrontado com o caso, o ministro da Educação, Ciência e Inovação disse desconhecer este episódio em particular, mas garantiu que qualquer situação de abuso “segue processos disciplinares e, em última análise, é um processo judicial”.
Fernando Alexandre considera que a violência na internet “é um problema das nossas sociedades, da forma como nós vivemos e como as redes sociais foram e são usadas”.
O ministro defende, por isso, o reforço da segurança dos estudantes, lembrando que já foi criado um grupo de trabalho para tratar o tema do ciberbullying.
Notícia atualizada às 14h50