O Hamas exigiu esta sexta-feira a Israel a devolução dos restos mortais da mulher palestiniana que entregou por engano na quinta-feira, em vez do corpo da refém Shiri Bibas.

"Exigimos a devolução do corpo que a ocupação [Israel] afirma pertencer a uma mulher palestiniana que morreu durante o bombardeamento sionista", disse o grupo num comunicado citado pela agência espanhola EFE.

O grupo confirmou ter recebido as alegações de Israel através dos mediadores e que as iria examinar "com toda a seriedade" antes de anunciar os resultados da investigação que iniciou sobre o incidente.

"Informaremos os irmãos mediadores dos resultados do exame e da investigação do nosso lado", disse o Hamas.

Hamas admite troca de corpos

O movimento extremista palestiniano admitiu que poderá ter ocorrido um erro na recolha dos restos mortais que entregou na quinta-feira à Cruz Vermelha Internacional na Faixa de Gaza.

"Assinalamos a possibilidade de um erro ou de uma sobreposição dos corpos, que pode dever-se ao facto de a ocupação [Israel] ter atacado e bombardeado o local onde a família se encontrava com outros palestinianos", disse o Hamas no comunicado.

O grupo islamita anunciou, a 29 de novembro de 2023, que Shiri Silberman e os seus filhos Ariel e Kfir Bibas (na altura com 4 anos e 9 meses), de ascendência argentina e peruana, morreram num bombardeamento israelita.

O Hamas entregou na quinta-feira os corpos de quatro reféns, dizendo tratar-se da família Bibas e de Oded Lifshitz, que tinha 83 anos quando foi raptado.

O exército israelita identificou os corpos de Ariel e Kfir, contudo, um terceiro corpo não correspondeu a Shiri Bibas, mãe das crianças.

Israel condena "violação cruel" do cessar-fogo

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou o incidente e considerou tratar-se de uma "violação cruel" do cessar-fogo entre Israel e o Hamas em vigor desde 19 de janeiro.

"Agiremos com determinação para trazer Shiri para casa, bem como todos os nossos reféns - os vivos e os mortos - e asseguraremos que o Hamas pague o preço por esta cruel e perversa violação do acordo", disse Netanyahu numa declaração em vídeo.

Com Lusa.