António Guterres apelou ao Hamas, esta terça-feira, que cumprisse o acordo de libertação, depois das ameaças do grupo militante palestiniano de que iria parar de libertar reféns israelitas.
"Temos de evitar a todo o custo que se retomem as hostilidades em Gaza, isso levaria a uma tragédia imensa", disse o Secretário-Geral das Nações Unidas.
Desde o dia 19 de janeiro que está em vigor um acordo de cessar-fogo em Gaza e o Hamas anunciou, esta segunda-feira, que quer interromper a libertação de reféns por considerar que Israel está a violar o acordo. Israel, por sua vez, considerou esta decisão como uma "violação total" do acordo e ordenou ao Exército para que esteja preparado para todos os cenários.
A próxima libertação de reféns israelitas estava marcada para este sábado, em troca de prisioneiros palestinianos, como tem acontecido nas últimas três semanas.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahy, uma delegação israelita regressou de Doha para conversações sobre a próxima fase do cessar-fogo da Faixa de Gaza, mediante as crescentes dúvidas sobre o processo mediado pelo Egito e pelo Qatar que visa por fim à guerra.
"Ambos os lados devem respeitar plenamente os compromissos assumidos no acordo de cessar-fogo e retomar as negociações em Doha para a segunda fase", acrescentou Guterres.
Na segunda-feira, também o Presidente norte-americano se pronunciou sobre a situação, ameaçando o Hamas que tinha de libertar os reféns no prazo estabelecido, se não o acordo de cessar-fogo seria cancelado e deixaria que se libertasse um "verdadeiro inferno".
Sami Abu Zubri um oficial do Hamas, disse à Reuters, esta terça-feira, que Trump tem de se lembrar que para trazer os reféns de volta a Israel, o acordo de cessar-fogo tem de ser respeitado.
O cessar-fogo já permitiu a libertação de 16 reféns israelitas e cerca de 700 palestinianos detidos por Israel.
Com LUSA