O Governo português saudou este sábado a libertação de mais três reféns israelitas pelo Hamas e exigiu "um estrito respeito pelo direito humanitário e pelos direitos dos reféns libertados".
"O Governo português saúda a libertação de mais três reféns israelitas, em especial dos dois que têm ligações a Portugal. O cumprimento do cessar-fogo - única base para a paz - exige um estrito respeito pelo direito humanitário e pelos direitos dos reféns libertados", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros na sua conta na rede social X.
Os três homens, visivelmente debilitados, rodeados num palco por combatentes armados e encapuzados do Hamas, fizeram declarações antes de serem entregues a elementos do Comité Internacional da Cruz Vermelha Internacional (CICV).
"Peço ao Governo israelita que continue na via das negociações, peço-lhe que cumpra a segunda fase do acordo", disse Ohad Ben Ami, 56 anos, de acordo com imagens da televisão Al Jazeera do Qatar.
Eli Sharabi, 52 anos, quase irreconhecível em comparação com a fotografia divulgada pelo Fórum das Famílias, pediu ao Governo israelita para aplicar o acordo até à terceira fase e pôr fim à guerra na Faixa de Gaza.
Segundo a Comunidade Judaica do Porto, Sharabi pediu nacionalidade portuguesa e foi certificado por esta comunidade por pertencer a uma família sefardita.
O terceiro refém, Or Levy, também certificado pela mesma comunidade, agradeceu ao braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, por ter tido comida e água durante os 16 meses de cativeiro e insistiu na continuação do pacto.
O cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, interrompeu 15 meses de guerra na Faixa de Gaza.
"As imagens chocantes a que assistimos este sábado não ficarão sem resposta", referiu um comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que se encontra em viagem nos Estados Unidos.
Rangel vai ao Médio Oriente
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, vai estar em Israel e na Cisjordânia no início da próxima semana, uma visita de dois dias, que inclui reuniões com o Presidente israelita, Isaac Herzog, com o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa´ar e com o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Mohammad Mustafa.
Paulo Rangel tem também previsto um encontro com famílias de reféns capturados pelo Hamas nos ataques do movimento islamita palestiniano a Israel em 7 de outubro de 2023 e uma reunião com o diretor da ONG Terrestrial Jerusalem, Daniel Seidemann.
Na terça-feira passada, Paulo Rangel afirmou que pretende transmitir às autoridades israelitas a "solidariedade" de Portugal em relação aos ataques do Hamas, mas também "o descontentamento com a desproporção" da reação israelita na Faixa de Gaza.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou ainda que junto da Autoridade Palestiniana pretende "fazer a pedagogia de que é fundamental aproveitarem a oportunidade, com os recursos dados pela comunidade internacional, para se capacitarem e manterem uma postura a favor da paz".
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Com LUSA