
Num comunicado divulgado no Telegram, as FDI afirmam que estão a realizar "ataques extensos" e uma mobilização de tropas para cumprir objetivos de guerra, "incluindo a libertação de reféns e o desmantelamento da organização terrorista Hamas".
De acordo com dados das autoridades de saúde do território, controladas pelo Hamas, os bombardeamentos israelitas mataram cerca de 300 pessoas na Faixa de Gaza entre a meia-noite de quarta-feira até sexta-feira.
Só na sexta-feira, a Proteção Civil de Gaza registou mais de 100 vítimas dos ataques, a maioria das quais concentradas no norte da Faixa de Gaza.
Fontes locais indicaram à EFE que os alvos israelitas incluíram Jabalia e Beit Lahia, e que nesta cidade pelo menos quatro tanques israelitas cercaram e invadiram uma escola convertida em abrigo para dezenas de famílias deslocadas.
Em resposta ao ataque de 07 de outubro de 2023 do grupo islamita palestiniano Hamas - que fez 1.200 mortos e 251 sequestrados -, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, propôs-se "erradicar" o movimento, e o seu Exército lançou horas depois uma ofensiva destruidora em Gaza que causou mais de 53.000 mortos, obrigou os 2,4 milhões de habitantes a deslocarem-se várias vezes em busca de refúgio e provocou uma catástrofe humanitária.
Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do território.
No início de maio, o Governo de Netanyahu anunciou um plano para "conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005.
O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, lamentou na sexta-feira a escalada dos ataques israelitas na Faixa de Gaza, alertando para uma "limpeza étnica" do povo palestiniano em curso.
"Esta última vaga de bombardeamentos, que obriga as pessoas a deslocarem-se sob a ameaça de ataques ainda mais intensos, a destruição metódica de bairros inteiros e a recusa de ajuda humanitária sublinham que parece haver um impulso para uma mudança demográfica permanente em Gaza que desafia o direito internacional e equivale a uma limpeza étnica", denunciou Volker Türk num comunicado.
A escalada de ataques esta semana na Faixa de Gaza, incluindo os ataques israelitas a hospitais, está a agravar a "já desesperada" situação humanitária e pressagia uma situação "ainda pior", acrescentou.
O Alto-Comissário teme que se trate do início de uma ofensiva israelita "ainda mais vasta" e apela a todas as partes para que ponham termo à situação.
"Temos de pôr fim a esta loucura", sublinhou.
Também na sexta-feira, o embaixador israelita na ONU, Danny Danon, manifestou-se "profundamente chocado" com o recente discurso de Tom Fletcher, chefe das operações humanitárias da ONU em Gaza, considerando um "sermão político irresponsável" que "destruiu qualquer noção de neutralidade".
Na terça-feira, durante uma reunião do Conselho de Segurança, Tom Fletcher criticou duramente as condições desumanas impostas "sem o menor constrangimento" por Israel no território palestiniano.
Danny Danon realçou, numa carta enviada na sexta-feira a Tom Fletcher, tornada pública pelo seu gabinete, que ficou "profundamente chocado e perturbado" com aquelas declarações.
"Teve a ousadia, na sua capacidade de alto funcionário da ONU, de se apresentar perante o Conselho de Segurança e invocar a acusação de genocídio sem provas, sem mandato, sem restrições", denunciou.
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