As casas de banho no Capitólio dos Estados Unidos da Américavão passar a ter acesso restrito, conforme o “sexo biológico” de quem as utiliza. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

Todas as instalações sanitárias do edifício do Capitólio, em Washington D.C., que eram reservadas a um único sexo passam, segundo Mike Johnson, a estar reservadas a “indivíduos que são biologicamente desse sexo”.

Isto significa que, por exemplo, uma casa de banho para o sexo feminino só pode ser usada por quem, fisicamente, nasceu com esse sexo – e não por pessoas que, apesar de terem nascido biologicamente como do sexo masculino, se considerem atualmente como sendo do sexo feminino.

A nova regra vem excluir totalmente as pessoas transgénero, recusando-lhes o acesso às casas de banho destinadas ao género com o qual se identificam.

Congresso acaba de eleger primeira mulher trans

A medida surge depois de, nas recentes eleições de 5 de novembro, ter sido eleita para o Congresso norte-americano a primeira mulher transgénero na História daquela instituição - a democrata Sarah McBride.

O tema das casas de banho ganhou destaque depois de a republicana Nacy Mase ter apresentado uma resolução a impor a condição do sexo biológico para o uso das instalações sanitárias.

“É importante notar que o gabinete de cada membro do Congresso tem a sua própria casa de banho privada e que há casas de banho unissexo disponíveis em todo o Capitólio”, acrescentou o presidente da Câmara dos Representantes. A agência Reuters nota, contudo, que grande parte dos gabinetes fica a uma distância de mais de dez minutos a pé do piso onde decorrem os debates e as votações no Capitólio.

"É bullying", dizem democratas

Os democratas já reagiram ao anúncio, com críticas, com alguns membros da Câmara e do Senado a classificar a medida como “cruel” e até uma forma de bullying.

A maior visada pela nova regra, Sarah McBride, preferiu acusar os republicanos de estarem a usar esta questão como “uma distração para o facto de não terem soluções reais para os problemas que os cidadãos americanos enfrentam”.

Os direitos da comunidade LGBTQIA+ foram um tema fraturante entre republicanos e democratas, durante a campanha das últimas eleições, que, a 5 de novembro, terminaram com uma clara vitória do Partido Republicano.