"Se por um acaso não fosse essa a vontade [dos portuguese], nós também teríamos muito mais que fazer na vida, que nós não vivemos apenas para isto, apesar de gostarmos muito daquilo que estamos a fazer. Nós não queremos estar aqui à força, na base de nenhuma chantagem psicológica com as pessoas e arranjinhos entre partidos nas costas das pessoas", afirmou Luís Montenegro falava no comício do Porto.

No penúltimo dia de campanha da AD, depois da tradicional arruada de Santa Catarina, no Porto, voltou a defender, como fez no discurso ao almoço em Gondomar, que esta reta final não é para apelos "de grande ênfase ou desespero".

"Eu agora só quero mesmo dizer às pessoas, as que decidiram e ainda não decidiram, que eu confio no seu critério: se o seu critério corresponder à confiança na nossa candidatura, estaremos aptos a governar qualquer que seja a dimensão da vitória que nos derem", afirmou.

O líder da AD - Coligação PSD/CDS-PP admitiu até, que se perdesse, também compreenderia essa opção, reafirmando que só governará se vencer as eleições de domingo.

Montenegro admitiu que "o povo português pode as vezes ter alguns momentos de incompreensão ou hesitação", que disse entender e até partilhar.

"Quem não tem, nós também somos povo, nós também temos as nossas falhas, mas a história democrática de Portugal mostra que o racional do povo esteve sempre certo, digo isto com humildade de quem já perdeu eleições. Quando perdi, percebi porque é que perdi e porque é que o povo teve outras opções, o povo decide sempre bem", considerou.

Durante a campanha eleitoral, o líder do PSD disse ter percebido que "a esmagadora maioria das pessoas está cansada de eleições e não quer ter eleições outra vez no próximo ano".

"Então peço a todos esses que façam a sua ponderação e encontrem a candidatura que vos oferece mais razões para confiarem que, uma vez investida como governo, terá quatro anos de bom governo, de boas decisões, de estabilidade política que se juntará à estabilidade económica, financeira e social", disse.

Montenegro voltou a manifestar confiança que, se os portugueses fizeram "uma reflexão serena e tranquila", vão dar à AD a "maioria maior" que tem pedido e que prometeu colocar "ao serviço das pessoas com humildade, com diálogo e muita, muita convicção".

"Sinceramente, não é preciso levantar a voz, é só mesmo dizer às pessoas, avaliem-nos por aquilo que fizemos, avaliem-nos por aquilo que nós propomos fazer com base naquilo que já mostrámos fazer", disse.

Perante os apoiantes no comício do Porto, Montenegro quis deixar "uma palavra de gratidão" a todos os que apoiaram a coligação, recorrendo a uma metáfora marítima.

"Eu, ao ver este mar de gente - como sabem tenho uma afinidade grande com o mar -, ao ver esta onda gigante, ao ver que ela cresce a cada dia, ao ver que ela se enrola em alegria, se enrola em boa disposição, se enrola em confiança, se enrola em esperança, acreditem que eu a cada dia sinto ainda mais força", afirmou.

Noutra ideia que tem repetido noutras ideias, o líder do PSD insistiu que a AD "é a candidatura do povo" e que é essa ideia na base da função do partido, então PPD (Partido Popular Democrático).

SMA // PC

Lusa/fim